Fragmentos da Vida e de obras de Fernando Pessoa dramatizadas pelo ator Odilon Camargo na 16ª. Edição do Festival Internacional de Artistas de Rua – Salvador BA
Fernando Pessoa entra em cena saudando o Festival:
Meu nome é Fernando… Fernando Antônio Nogueira Pessoa, Fernando Pessoa, como dizem, poeta português. Nasci, no século XIX, 1888, em Lisboa, e morri, não necessariamente, no século XX, em Lisboa, 1935. Meu mestre Caeiro, escreveu lá do seu jeito, alguns anos antes da minha morte, ele que já havia morrido: “se depois de eu morrer quiserem fazer a minha biografia, não há nada mais simples: tem só duas datas: a da minha nascença e da minha morte. Entre uma e outra coisa, todos os dias são meus”. Não sou o poeta que modificou ou transformou a poesia; não sou moderno nem pós moderno; conservador ou revolucionário; apenas quis , durante toda a minha vida, buscar os três milhões de anos de existência da raça humana cá na Terra, para colocá-los em frases e versos de poesia e prosa, que alguém pudesse ler ao cair da tarde… ao cair da chuva… ao romper da aurora. Como quisesse… ou como a imprudente velocidade da vida moderna assim o permitisse. Pode ser à noite. Por que não, à noite? Escolha, então, o seu melhor momento para sentir o que eu mesmo, Fernando Pessoa, poeta português, não tinha certeza de estar sentindo no aquém e no além do Pecado Original…
Agora, aqui, Eu, Fernando Pessoa, na primeira capital do Brasil… Este amálgama que é o Brasil… Este Festival ilustra bem o significado da palavra felicidade: participar desse Festival Internacional de Artistas de Rua, que chega à sua 16ª edição, na Bahia, é um privilégio… e um grande desafio, também. Os artistas reunidos em torno de uma ideia, com música, dança, circo, teatro, as artes plásticas… , nos malabarismos da literatura popular de tudo isso, é um festival de solidariedade, de simplicidade, humildade… pretexto para um grande encontro humano, pleno de emoções. Uma festa de arte para crianças de todas as idades… claro que, excepcionalmente nesse momento, sem o calor das ruas e das gentes nas ruas, por causa da pandemia. Nada de aglomeração… nesse 2021 tão pandêmico, pandemônico. Eu vivi a pandemia de 1918, 1919… da gripe espanhola que não era espanhola… Ah, ao longo dos milênios as pandemias transformam coisas e pessoas… abraços, abraços… há braços, milhões de braços abertos desejando: Vida longa ao Festival Internacional de Artistas de Rua, na Bahia! Preciso dizer-lhes um poema …!
Autopsicografia
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que leem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só a que eles não têm
E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão
Esse comboio de cordas
Que se chama o coração…
Odilon Camargo, breve currículo
No Teatro:
No teatro desde 1972, participou de diversas montagens, como ator, diretor e produtor, além da direção e coordenação de oficinas de interpretação e leitura, para centenas de jovens, em vários estados, no Brasil. Atualmente, interpreta o poeta português Fernando Pessoa, no teatro.
Comunicação Social:
Na Comunicação Social desde 1966, atuou em diversas emissoras de Rádio e Televisão no Brasil e foi também locutor/produtor no Serviço Brasileiro da BBC, em Londres (1976/77). Especializou-se como locutor/narrador/apresentador/animador.
Mestre de Cerimônias em Congressos e Simpósios nacionais e internacionais e demais eventos, abrangendo praticamente todas as áreas e temas da atualidade.
Atuações no Cinema:
Produtor executivo em “Barbés Palace” – primeiro filme/documentário, (média metragem) de Guel Arraes e Ricardo Lua. Paris, 1977/78;
Ator em “Índia, a filha do sol“. Direção de Fábio Barreto. 1982, Goiás. Com Glória Pires e Nuno Leal Maia – http://www.imdb.com/title/tt0084134/
Ator em As tentações do Irmão Sebastião. Filme de José Araújo. Ceará, 2001 – http://www.imdb.com/title/tt1555367/fullcredits?ref_=tt_cl_sm#cast
Ator em Sunland Heat – No calor da terra do sol – Filme de Halder Gomes; Ceará 2004 – Rodado em Fortaleza e Los Angeles, narrado em inglês. http://www.imdb.com/title/tt0466999/?ref_=nm_flmg_act_2
Literatura:
Autor de ‘Aliás, o livro das síndromes’, 2004.
Prepara, atualmente, a publicação do seu segundo livro, UTOPIA SIM, THOMAS!, uma alusão à Utopia de Thomas Morus, publicada pela primeira vez, em 1516.
UTOPIA SIM, THOMAS! é obra de ficção que narra fatos ocorridos em 2022, no Brasil, mudando radicalmente o nosso país e exercendo positiva e decisiva influência em todo o mundo.
Espaço da Academia Palmense de Letras (APL)