A imensidão do universo sempre dominou minha curiosidade e chamou minha atenção. Quando criança em algum ponto mais elevado e estratégico na minha terra natal, Dianópolis (GO/TO), perscrutava as estrelas e planetas no firmamento mais belo que cobre este mundo, o céu da minha terra natal. Mesmo na ingenuidade inerente àquela idade e na curiosidade de adolescente, algo sempre me dizia que não estamos sós neste universo imensurável. Mas nunca deixei de pesquisar, estudar e buscar respostas. E foi e é nos grandes personagens da história, que possuíam e possuem espíritos elevadíssimos, que encontramos a pontinha do iceberg.
Se não bastasse o que nos disse o Mestre dos mestres, o Médico dos médicos, o Sábio dos sábios, Yeshua (Jesus em Aramaico, a língua que ele falava) que “na casa do Pai existem muitas moradas,” 1862 anos depois, Santo Agostinho, (354-430) filósofo, escritor, bispo e importante teólogo cristão do norte da África, durante a dominação romana, tendo um pai pagão e a mãe uma cristã devota, que exerceu grande influência sobre a conversão do filho, que assim se expressou numa mensagem pós-morte, transcrito no Livro dos Médiuns: “A Casa de meu Pai é o Universo infinito. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, muitas vezes incompreensível para tantos, oferecendo aos Espíritos imortais, moradias próprias ao grau evolutivo de cada um.”
Ele vem nos dizer que a lei do progresso, a qual Kardec classificou como lei natural, funciona para todos os seres animados e inanimados, para levá-los, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois tudo morre para renascer, porque Deus quer “que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição que parece para os homens o fim das coisas, é apenas um meio de renascer e nada volta para o nada.” O que reafirma, também e mais uma vez, a assertiva do Grande Mestre: “É preciso morrer para nascer de novo.”
Assim como os seres vivos progridem intelectual e moralmente, os mundos também progridem. A história dos mundos nos faz ver que desde a aglomeração dos primeiros átomos na formação deles, há uma progressão contínua, um desenvolvimento imperceptível para cada geração, mas dando aos seus habitantes condições mais agradáveis, à medida que eles também avancem na senda do progresso, interferindo com a inteligência nas forças da natureza.
Nada fica estacionário: evoluem, paralelamente, os animais, as formas de moradia, de vestuário, de alimentação, de ideias. Em tudo há um dinamismo evolutivo, progressivo. A Terra, com sua humanidade, seguindo essa lei, esteve material, intelectual e moralmente, em um estado inferior ao de hoje. Já foi mundo primitivo, tornou-se de expiações e de provas e vai transformar-se em um mundo regenerador, onde seus habitantes se esforçarão para viver o bem, numa luta sem as angústias de hoje, pela certeza que terão da existência e imortalidade do ser espiritual, com todas as suas consequências de compreensão, segurança e confiança nas leis supremas e universais.
Estamos vivendo um longo período de transição, onde o mal, a violência torna-se visível a todos, ao nosso redor ou através dos meios de comunicação. É o mal tendo que ser bem conhecido, é a exibição das feridas, do feio, do choro, para que o homem desperte de vez e use sua inteligência, sua sensibilidade, sua fé, sua vontade no esforço de erradicá-lo através do sentir o bem, pensar no bem e fazer somente o bem e não através do mesmo mal, da mesma violência.
Vivemos uma época, talvez em aspectos diferentes, mas que se assemelham aos tempos dos primeiros cem anos do cristianismo: Época de mudanças marcadas nas ideias dominantes até então, quando os seguidores de Jesus se doaram na divulgação através da palavra, da vivência da Boa Nova que Ele trouxe.
Hoje a grande maioria dos homens sente necessidade de conhecer o futuro, quem somos, de onde viemos, para onde vamos, e os atuais seguidores do Cristo, principalmente os espíritas e espiritualistas, pelos esclarecimentos que possuem, têm o dever de divulgar pelos meios de comunicação existentes, os princípios de sua doutrina que professam, mas, principalmente, pelo exemplo, pela vivência sincera da fraternidade, da tolerância, do perdão e do amor e em especial da aceitação daqueles que se dizem céticos, iludidos com as fúteis emoções que esta efêmera vida nos oferece.
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado. Membro fundador e titular da cadeira nº 12 da Academia de Letras de Dianópolis (GO/TO), sua terra natal.
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