(Continuemos, portanto…) A fé inabalável só existe quando se pode encarar de frente a razão, isso em todas as épocas e períodos da humanidade. E essa realidade só é alcançada através da espiritualidade, esta que está acima da incredulidade e quando não encontra oposição sistemática, acompanhada e carregada de interesses próprios.
As características da fé verdadeira estão na inteligência. O motivo de crer não é somente as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras apenas e inteligíveis à luz da nossa razão natural e puramente humana. Devemos crer por causa da autoridade e incontestável do próprio Supremo Criador revelador, que não pode enganar-se e nem enganar a nenhum de nós.
Para que nossa fé seja conforme a razão, contamos com o auxílio interior e muito pessoal do Espírito Santo, que podemos denominar, também, numa expressão mais humana, de intuição, premonição, mediunidade, que revelam de forma explícita a cada um de nós a Sua revelação.
Assim os milagres de Cristo, o homem mais inteligente da história da humanidade e as Suas profecias, são sinais claros adaptados à inteligência humana, que mostram que o assentimento da fé de modo algum é um movimento cego do espírito.
A fé é certa, mais que qualquer conhecimento humano, pois firma-se na própria revelação do Supremo Criador que se apresenta no dia a dia de forma tão clara que não pode ser, jamais, desmentida ou ignorada. Haja vista as leis que regem a natureza e o universo por nós conhecidos e seus fenômenos, que jamais poderão ser modificadas.
Sem dúvida que para muitos as verdades reveladas podem parecer obscuras para a razão e experiências humanas, mas a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural. (S.Tomás de Aquino.)
Embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: O mesmo Ser que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão.
É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: As realidades profanas e as da fé verdadeira encontram sua origem num mesmo Criador. Mais ainda, aquele que se esforça com perseverança e humildade, para penetrar nos segredos das coisas, é como que conduzido por mãos invisíveis e superiores que sustentam todos os seres e fazem com que eles sejam o que são, mesmo que não tenham consciência disso.
Quando acrescento ao título deste artigo “III – Parte final,” estou apenas usando uma força de expressão para os artigos que aqui foram trazidos, pois nunca existiu, não existe e nem existirá um final para esse tema denominado FÉ, por trata-se de um desafio diário e muito particular para cada um de nós e que nesta passagem tão rápida por este Planeta Terra, grande parte de nós não terá tempo para alcançar o conhecimento dessa suprema e transcendental virtude, salvo raríssimas exceções, em que pese o alerta de profetas e sábios ao longo da história.
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado; membro-fundador da Academia de Letras de Dianópolis.
candido.povoa23@gmail.com