Transcrevo o texto abaixo quase “ipsis litteris” (quase que totalmente) com pequenas inserções da minha parte, o qual dedico na pessoa do conterrâneo-primo-amigo-confrade Dr. Abílio Wolney, Juiz de Direito em Goiânia, a todos que se dedicam ao ensinamento da Boa Nova do Evangelho de Cristo. Ele, Dr. Abílio, um espírita convicto, que a despeito das diárias atividades exaustivas de um Magistrado, dedica grande parte do seu tempo proferindo palestras de alto nível, que sem vaidade humana o transforma num semeador das boas novas constantes no Evangelho de Jesus, o Mestre dos mestres.
Ele e tantos outros cumprem o que nos disse Jesus: “É grande a messe, mas os operários são poucos.” Eu, um espiritualista iniciante, adepto do Deus de Spinoza, aliás, O que mais se adequa à minha visão de poeta, escritor e advogado, embora obscuro, mas que tenho a percepção e constante agradecimento pelo que me foi concedida pelo Criador, no sentido de que Deus está em tudo que nos cerca e é a força motriz da nossa efêmera vida.
Mas sendo uma seara imensurável, quanto mais leio e busco conhecimentos e esclarecimentos, as interrogações se sucedem e que, ao meu sentir, só são respondidas pelos mensageiros especiais que passaram e passam pela humanidade, que, embora, seguidores de doutrinas diferentes sempre buscaram o porto seguro da espiritualidade. Nesses é que busco verdades que esclarecem e respondem os inúmeros questionamentos que a vida nos apresenta no dia a dia.
Vamos ao texto que nos leva à reflexão e que se adequa, perfeitamente, aos momentos que a humanidade viveu e continua vivendo, em especial nesse emaranhando de textos, áudios e vídeos que circulam nas redes sociais e meios de comunicações pelo mundo afora, uns apavorantes, outros confortadores, outros esclarecedores e assim por diante:
“No outono há quatro anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anuncia chegada de uma pandeia denominada COVID. As ruas estão vazias, as lojas fechadas. As pessoas não podem mais sair. Mas a estação do ano que vivíamos, o outono, não sabe disso e as flores continuam embelezando os ambientes, o sol brilhando e os pássaros cantando. Estes, por toda parte. O céu continua azul e os amanheceres e entardeceres chegavam e se iam belos como sempre.
No outono há quatro anos, os jovens deviam estudar online e arranjarem com o que se ocupar em casa. As pessoas não podiam ir aos shoppings, nem tão pouco ao cabelereiro, academias, etc. Temiam a falta de vagas nos hospitais e as pessoas continuavam adoecendo e morrendo. Mas a estação do ano não sabia de nada disso e os jardins e todas as outras árvores estavam cada vez mais verdejantes.
No outono há quatro anos, as pessoas foram colocadas em confinamento para protegerem os avós, famílias e crianças. Acabaram as reuniões e refeições em família. O medo tornou-se real e os dias eram todos iguais. Mas o outono não sabia disso. As árvores frutíferas e todas as outras continuaram florindo, os galhos crescendo e as folhas brotando. De repente as pessoas começaram a ler, a jogar em família, aprender outras línguas. Cantavam nas varandas e convidavam os vizinhos a fazerem o mesmo. As pessoas aprenderam a ser mais solidários e concentrarem-se noutros valores. As pessoas perceberam a importância da saúde, do sofrimento do confinamento deste mundo que se mostra frágil e se paralisa diante de um vírus, da economia que vai abaixo por qualquer motivo. Mas o outono não sabia e não sabe disso.
As flores deram lugar aos frutos, os pássaros fizeram e fazem seus ninhos e continuaram e continuam migrando ou chegando.
Mas o dia chegou. As pessoas ouviram: “O vírus perdeu!”. As pessoas, então, saíram nas ruas cantando, chorando, abraçando os vizinhos, “sem máscaras, (literalmente,)” e sem luvas.
Mas a natureza através do outono não sabia disso, mas ensinou as pessoas o poder da vida e seus valores essenciais intrínsecos.
Por coincidência ou não, o outono é a estação que sucede o verão e antecede o inverno, sendo justamente considerada como uma época de transição entre o período mais quente e o mais frio do ano. Em virtude dessa característica, muitas pessoas associam, simbolicamente, o outono à época de mudanças e transitoriedades. Coincidência? Não. É a lição da natureza sobre o poder da vida.
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado; membro-fundador da Academia de Letras de Dianópolis.
candido.povoa23@gmail.com