Cada dia tem a sua lição. Aprendamos a enxergá-la com os olhos do espírito e tudo se acrescentará, de consequência. Cada experiência deixa o valor que lhe corresponde. Quer seja ela positiva ou negativa (na visão puramente humana). A primeira, a positiva, para acrescentarmos nas que já possuímos ou acumulamos durante a vida para servir de suporte quando necessitarmos de força e determinação; a segunda, a negativa, que sirva de lição e com ela possamos traçar novos rumos e termos a humildade de reconhecer que somos meros humanos sujeitos a erros e passíveis de melhoramento como pessoa, inclusive duvidarmos da sublimidade da própria vida.
Cada problema obedece a determinado objetivo. Nenhum é colocado em nossa vida sem que haja uma causa para tal. Todos nós temos uma agenda a ser cumprida, um “dever de casa”, uma tarefa a ser completada e empregada no crescimento humano-espiritual.
Existem pessoas que torturadas por temores contraproducentes proclamam o inconformismo, quer diante de uma enfermidade, da partida de um ente querido ou da pobreza, ou até mesmo da velhice. Pare, pense. Em tudo há um propósito!
Não faltam aqueles que no quadro da luta cotidiana fogem, espetacularmente, dos deveres que lhes cabem, procurando, na desistência do bom combate e no gradual acordo com a morte, a paz que não podem e não vão encontrar.
Ainda que a prova possa parecer invencível ou que a dor que se apresenta possa parecer insuperável, não fujamos da posição de lutador e guerreiro diante dos problemas que a espiritualidade coloca como experiência.
Lembremo-nos sempre que haverá um amanhã, quando, então, o dia voltará ao seu ritmo normal no nosso trabalho, no lar ou na sociedade. Permaneçamos firmes, no nosso setor de serviço, educando o pensamento na aceitação da Vontade que não depende de cada um de nós modificá-la, por mais que queiramos ou forcemos.
Entendamos, sempre, que uma doença ou algo semelhante pode ser uma etapa transitória e salutar para o crescimento humano-espiritual.
Compreendamos que escassez de recursos terrestres será sempre um obstáculo educativo.
Os desapontamentos com os quais nos deparamos, há de ser enfrentados com fervorosa coragem, pois trata-se de uma seleção de trabalho imposta pela sequência espiritual da vida e visam apenas nosso benefício.
Agradeçamos pela senectude (envelhecimento) do corpo físico e que ela sirva para fixação da sabedoria humana, aliada à do espírito, para a felicidade perene de cada um de nós. “Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova dia a dia.” — Paulo. (II Corintios, 4: 16.)
Sejamos sempre otimistas e diligentes no bem, entre a confiança e a alegria, porque enquanto o envoltório da carne se corrompe pouco a pouco, a alma imperecível se renova, de momento a momento, para a vida imortal. (Texto de Emmanuel – Chico Xavie – com adaptações do escritor).
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JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado. Membro fundador e titular da cadeira nº 12 da Academia de Letras de Dianópolis (GO/TO), sua terra natal.
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