Você deve estar se perguntando. Como assim? Todos certos? Tem tanta coisa errada nesse mundo. Tanta gente equivocada. Talvez você esteja pensando…Se eu olhar para os lados vou ver mais pessoas erradas do que certas.
Cada um de nós é um ser único. Digitais diferentes personalidades diferentes, vivências diferentes e pontos de vista diferentes. Somados a nossa herança genética e espiritual, o que vivemos e aprendemos no decorrer da nossa existência determinam a nossa maneira de pensar, de sentir, de entender as coisas e o mundo à nossa volta. Criamos a nossa realidade a partir dos valores que formamos de acordo com as nossas vivências individuais. A consciência se forma a partir das oportunidades que se tem de conhecer e da forma como cada um processa as informações.
[bs-quote quote=”O que é verdade e certo para um, pode não ser para o outro. Tudo depende do ponto de vista de cada um e tudo é relativo” style=”default” align=”right” author_name=”NILMAR RUIZ” author_job=”É escritora e palestrante” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/12/NilmarRuiz60.jpg”][/bs-quote]
Portanto, o que é verdade e certo para um, pode não ser para o outro. Tudo depende do ponto de vista de cada um e tudo é relativo. As pessoas agem e falam conforme aprenderam, considerando-se sempre certas. Cada um tem a sua verdade, o seu modo de ver as coisas. Então, todas as pessoas estão certas, de acordo com o seu ponto de vista.
Há mais de quarenta anos nos nossos estudos que deram origem a Auto Reprogramação – ARH – adotamos a sistematização do pesquisador inglês Edward de Bono: toda pessoa está sempre certa e ninguém está certo sempre. Toda pessoa está certa dentro dos seus limites de conhecimento e compreensão e ninguém está certo sempre, porque é a verdade dele naquele momento e… tudo passa.
A Programação Neurolinguística – PNL, ratifica essa teoria e tem como um dos seus fundamentos: “Mapa não é território”. As pessoas se orientam pelos seus mapas internos e não pelo próprio mundo. Partindo desse princípio a nossa compreensão e aceitação do outro fica muito mais leve. Sem contar que facilita muito a relação e a convivência entre as pessoas.
E hoje muitas correntes integracionistas respeitam a verdade de cada um como: “interessante esse seu interessante ponto de vista”. Sem julgamentos, entendendo que cada um tem o seu modo de ver as coisas e se expressar. E que certo e errado são subjetivos e temporais.
Outro dia participei de uma conversa bem acalorada sobre a liberação da maconha e o armamento da população. As seis pessoas tinham argumentos convincentes para defender seus posicionamentos. Inclusive citavam dados e exemplos que comprovavam suas posições a respeito do assunto. Muito interessante… Uns contra e outros à favor, mas todos certos de acordo com o ponto de vista de cada um. Cada um defende o que acredita, o que considera certo, de acordo com seus valores e crenças, edificadas a partir das suas vivências e aprendizados. Mas se tivermos a temperança e o entendimento que as polaridades não são antagônicas mas sim complementares, teremos muitos benefícios.
Por que é muito importante refletirmos sobre isso? A consciência de que todos nós estamos certos, de acordo com nossas convicções, estimula a humanidade, a paciência, a compaixão, a tolerância e o respeito a nós mesmos e ao próximo. Elimina o hábito de querer que o outro pense e faça aquilo que consideramos correto. Abre para o entendimento que há outras possibilidades, além da nossa verdade. Cria a necessidade de ver, observar e sentir a nós e ao nosso semelhante com mais leveza, sem cobranças, exercitando o amor incondicional. Passamos a ser menos críticos e a ouvir o outro com a real intensão de compreender o seu ponto de vista. A se abrir para outras informações e para o desconhecido. E ter humildade e flexibilidade para as mudanças.
Essa vida é tão curta. Por que temos que ganhar sempre? Por que impor as nossas verdades? Por que não compreender que cada um é um, e cada um tem o seu próprio mapa? Que cada um tem seu ponto de vista e que todos estão certos segundo suas convicções?
A unidade na diversidade é isso. É cultivar a unidade respeitando a diversidade de cada um. É amar incondicionalmente. É a união na essência, independente do que se é e do estado que se encontra.
A convivência coletiva e fraterna dá sentido à vida.
NILMAR GAVINO RUIZ
É professora, ex-secretária da educação, ex-prefeita de Palmas e ex-deputada federal. É co-autora da ARH – Auto Reprogramação Humana – e palestrante.
nilruiz@uol.com.br