Às vezes fico pensando…Por que é tão difícil respeitar as pessoas e as coisas, como elas são? Abrir mão do poder pessoal em benefício do próximo e do coletivo? Sair do egoísmo, da competição predatória e do individualismo para compartilhar, repartir e comungar?
Jesus proclamava a unidade eloquentemente. Através de seus exemplos e ensinamentos, queria promover a transformação interior que levasse as pessoas a viverem em unidade, respeitando as diferenças individuais, mas estancando o individualismo. Difundia que, mesmo com características particulares, as pessoas deveriam estar unidas na essência do bem comum e no amor. Deveriam, cooperativa e mutuamente, servirem umas às outras, para construírem a paz e a felicidade para todos.
[bs-quote quote=”A conquista da paz e da felicidade requer, além da expansão da consciência, muita paciência, disciplina e perseverança” style=”default” align=”right” author_name=”NILMAR RUIZ” author_job=”É escritora e palestrante” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/12/NilmarRuiz60.jpg”][/bs-quote]
Se o propósito maior da nossa existência é buscar a paz e a felicidade, a união é um dos fatores indispensáveis. Não se pode pensar a própria felicidade sem se ater à felicidade do nosso semelhante e a harmonia com o mundo que nos cerca.
Exige entender que somos uma importante partícula que integra o universo. Que o mundo não gravita à nossa volta, mas que a interligação de todas as energias que compõem este universo, em perfeita consonância, determinam o equilíbrio e a paz.
Cultivar a unidade respeitando a diversidade de cada um é o amor incondicional.
Mas como conseguir atingir essa unidade na diversidade e esse amor incondicional? A transformação pessoal e, consequentemente, coletiva que tanto se almeja?
Há séculos as ciências tradicionais e intuitivas, as doutrinas religiosas, as ideologias filosóficas e espirituais, as metodologias e programas de desenvolvimento humano e interpessoal…indicam caminhos.
Mas acredito que Pierre Weil resume bem a base comum de todas elas: viver em paz consigo mesmo, numa ecologia interna e de consciência individual, em matéria de corpo, vida emocional e espiritual; viver em paz com os outros, numa ecologia social e de consciência de grupo, em relação à economia, vida social e política; viver em paz com a natureza, numa ecologia ambiental e de consciência do mundo e do universo.
A conquista da paz e da felicidade requer, além da expansão da consciência, muita paciência, disciplina e perseverança.
A natureza nos ensina…Quando a semente é plantada na terra, sem os microrganismos, os nutrientes, o sol e a água, não germina. Mas com a ação de todos os componentes, logo surgem as primeiras folhas, vem então a flor, que faz crescer o fruto, que gera novas sementes. A união das características próprias de cada um dos elementos, dá origem a outras plantas e faz acontecer o milagre da vida. A união é a força.
A ligação do homem com a natureza, dentro de um contexto unificado, dá, além de força, energia para viver.
A unidade na diversidade exige maturidade, respeito, humildade, sensibilidade e leveza. É a convivência coletiva e fraterna que dá sentido à vida. Servir e felicitar o próximo exercitando a compreensão, o perdão, a gratidão e a compaixão, gera humanidade e amor incondicional.
Chegará o tempo em que o plantio da semente da união, da paz e do amor, fará germinar o respeito, a ética e uma nova consciência, que mudarão a convivência entre as pessoas e a relação com o mundo à sua volta.
NILMAR GAVINO RUIZ
É professora, ex-secretária da educação, ex-prefeita de Palmas e ex-deputada federal. É co-autora da ARH – Auto Reprogramação Humana – e palestrante.
nilruiz@uol.com.br