O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por seis meses, em uma investigação sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. A informação é do portal G1. Segundo o veículo, a decisão de afastamento do governador é do ministro Mauro Luiz Campbell e será submetida ao pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la, ainda nesta quarta-feira, 20. Acionada pela Coluna do CT, a Secretaria Estadual da Comunicação disse que o governo só soube disso pela imprensa e ainda não há informação oficial.
Sampaio também afastado
Conforme informações do Estadão, o secretário da Segurança Pública do Tocantins (SSP), Cristiano Sampaio, também foi afastado do cargo. Ao todo, são cumpridos 57 mandados de busca e apreensão e outras 50 medidas cautelares em sete cidades – Palmas, Gurupi, Porto Nacional (TO); Minaçu e Goiânia (GO); Brasília (DF) e São Paulo (SP). A ofensiva conta com a participação de cerca de 280 policiais federais.
Operação Éris
Carlesse e auxiliares do Palácio Araguaia foram alvos na manhã desta quarta-feira de duas operações complementares da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MPF) autorizadas pelo STJ. As ações foram batizadas de “Éris” e “Hygea”. A primeira busca desarticular suposta organização criminosa que atuou para obstruir investigações que apuram ilícitos relacionados à cúpula do Poder Executivo. Conforme a PF, o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.
Operação Hygea
Outro fato em apuração é o possível pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores (Servir), com uma estrutura montada para a lavagem de ativos, bem como a integralização dos recursos desviados ao patrimônio dos investigados.
Bloqueio de R$ 40 milhões
Conforme a Polícia Federal, a possível organização criminosa teria movimentado dezenas de milhões de reais por meio dos crimes praticados. O STJ determinou um bloqueio judicial de R$ 40 milhões.
Investigação de dois anos reuniram vasto conjunto probatório
Iniciadas há quase dois anos, as investigações reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados, informa o STJ. Além da obtenção de novas provas, as operações buscam interromper a continuidade das ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e a retomada das instituições públicas. O teor das determinações já foram encaminhadas para que a Corte Especial do Superior Tribunal referende decisão ainda nesta quarta-feira, 20.