Alçado ao comando do Palácio Araguaia após o afastamento do titular, Mauro Carlesse (PSL), o governador interino Wanderlei Barbosa (sem partido) determinou a realização de inspeção em órgãos e entidades que compõem a administração direta e indireta do Poder Executivo. Conforme Decreto publicado no Diário Oficial de sexta-feira, 19, a Controladoria (CGE), a Procuradoria Geral do Estado (PGE), e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) deverão designar a comissão responsável pela fiscalização, que deve durar até 60 dias, podendo ser prorrogados por igual período.
Inspeção administrativa que não irá obstruir investigações em curso
Conforme o Decreto, os trabalhos a serem realizados pela comissão de inspeção têm natureza administrativa e serão realizados “de modo a não obstruir as investigações que eventualmente se encontrem em curso nos órgãos de persecução penal”. Ao finalizar os trabalhos, o colegiado formado por CGE, PGE e SSP terá o prazo de até 15 dias para apresentar relatório ao governador, a quem caberá enviar o relatório final aos órgãos de controle. “É de competência da CGE garantir a transparência da gestão e apurar possíveis irregularidades”, explica o secretário-chefe da Controladoria, Senivan Almeida de Arruda.
Operações Éris e Hygea
A determinação de inspeção acontece em meio às investigações das operações Éris e Hygea, que afastou não só Mauro Carlesse, como Cristiano Sampaio e Claudinei Quaresemin, ex-secretários de Segurança e de Parcerias e Investimentos, respectivamente. A Polícia Federal (PF) afirma haver indícios de um esquema de propina e de desvios de recursos públicos no âmbito do Plano de Saúde dos Servidores (Servir), além do aparelhamento e intervenções políticas na SSP.