O PDT lançou oficialmente a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República na sexta-feira, 21, em um longo discurso que teve ataques contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que ainda não oficializou sua pré-candidatura) e ao ex-juiz Sergio Moro.
As críticas mais duras foram contra Bolsonaro, a quem acusou de ter uma “política genocida” durante a pandemia de Covid-19 e ser um “boçal”. Moro foi chamado de “inimigo da República” e alguém que teve um “brilho” no judiciário e agora quer passar por cima da Constituição.
Já Lula e os demais ex-presidentes foram acusados de “apesar de terem personalidades e estilos diferentes, esses presidentes repetiram e querem continuar repetindo a mesma história, o mesmo modelo econômico e a mesma governança apoiada no conchavo e na corrupção”.
“[Fernando] Collor escancarou a porteira, Fernando Henrique [Cardoso] preparou a mesa do banquete e Lula condimentou melhor os pratos. Depois de servir os tubarões, Lula distribuiu, com compaixão de filantropo, as sobras para os mais pobres”, disse em um trecho.
As críticas também foram na área econômica que, segundo Ciro, nos últimos 10 anos “andou de lado”. O presidenciável afirmou que o “Brasil cresceu muito entre a década de 1930 e 1980”, citando o período da ditadura militar (1964-1985), e destacando que o país era um do que mais cresceram no mundo.
Rebeldia e esperança
O slogan da campanha de Ciro será “rebeldia e esperança” e quer focar na união e na reconstrução do país.
“Rebeldia sem esperança é rebeldia sem causa. Esperança sem rebeldia é sonho que nasce moribundo. Mas, quando se juntam rebeldia, esperança e um novo projeto nacional de desenvolvimento está firmada a corrente capaz de eletrizar o Brasil e levá-lo adiante”, acrescentou.
Entre outros pontos abordados no discurso, houve destaque para os investimentos para os jovens, para a educação, para a cultura e para o desenvolvimento. Também citou a importância das mulheres na sociedade e disse que quer governar “especialmente para vocês: queridas e heroicas mulheres”.
Também citou que vai acabar com o teto de gastos e com a possibilidade de reeleição de um presidente. Além disso, destacou que vai taxar grandes fortunas e também lucros de grandes empresas, bem como defendeu uma ampla reforma tributária.
Ciro já foi candidato à Presidência por três vezes (1998, 2002 e 2018) e tem uma longa carreira na política nacional, tendo sido prefeito, governador deputado e ministro da Fazenda (1994-95) e da Integração Nacional (2003-06).
As últimas pesquisas eleitorais apontam que Ciro tem entre 5% e 7% das intenções de voto para a disputa de outubro deste ano.