O ex-presidente da Associação Tocantinense de Advogados (ATA) Gedeon Pitaluga avaliou que o presidente da Seccional Tocantins da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-TO), Walter Ohofugi, “perdeu a confiança da advocacia inteira”, que estava ao lado dele e contra o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha. “Como o presidente da OAB-TO, filiado a um partido e pensando em ser candidato na eleição partidária, vai se posicionar com isenção sobre eleição suplementar, formas e procedimentos (eleição direta ou indireta), e demais questões de natureza política do Estado?”, questionou Pitaluga sobre a filiação do colega ao PSD.
Ao blog, Ohofugi disse considerar o posicionamento de Pitaluga “como natural”. “Tendo em vista que ele é pré-candidato a presidente da OAB-TO e nunca parou de fazer campanha. Agora, cria mais um factoide”, criticou.
Para o ex-presidente da ATA, a posição de presidente da OAB-TO “será a posição da advocacia ou do grupo político-partidário que ele faz parte agora?”. “Walter perdeu a confiança e o apoio de todos nós nesse momento”, avaliou Pitaluga.
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Ele afirmou que não tem “nada contra a filiação e candidatura do cidadão e advogado Ohofugi”. “Mas fere a isenção e independência necessárias a candidatura e filiação do presidente da OAB-TO”, disse Pitaluga, que foi adversário de Ohofugi na última eleição da Ordem.
A filiação do presidente da entidade ao PSD veio à tona às vésperas do ato de desagravo da OAB nacional a ele pelas agressões que sofreu de Amastha nas redes sociais durante os debates sobre o polêmico aumento do IPTU de Palmas, em fevereiro.
No ato desta quarta-feira, 18, o presidente nacional da Ordem, Claudio Lamachia defendeu direito do “cidadão” Ohofugi de se filiar.
O PSD é presidido no Tocantins pelo deputado federal Irajá Abreu e, portanto, do grupo da senadora Kátia Abreu (PDT), pré-candidata a governadora.
Outro lado
Sobre confiança da categoria, o presidente da OAB-TO afirmou que sua gestão está com mais de 82% de aprovação, conforme pesquisa feita entre os dias 2 e 9 de fevereiro. “A pesquisa foi feita com mais de 660 advogados, ou seja, mais de 10% de todos os advogados e advogadas do Estado, uma amostra muito considerável para qualquer levantamento por amostragem”, defendeu.
Segundo ele, a avaliação da gestão “é tão positiva que o próprio Gedeon Pitaluga tentou se aproximar dela em algumas ocasiões ao longo desses dois últimos anos”. “Além disso, pelas notícias que temos, ele tem ido atrás de outros grupos e vem sendo rechaçado”, alfinetou Ohofugi.
“Por fim, creio que o colega ainda guarda mágoas da derrota sofrida em novembro de 2015, quando ele considerava a vitória como fato consumado e perdeu por mais de 10 pontos percentuais. É o que chamamos de jus sperniandi”, afirmou.