Coautor do recurso à executiva nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) que resultou na anulação dos atos da convenção da sigla no Tocantins, Milne Freitas afirmou ao CT nesta terça-feira, 24, que o diretório vai comunicar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre a decisão de tirar a legenda do palanque de Carlos Amastha (PSB) nesta eleição suplementar. Segundo o petista, a expectativa é que o PT fique oficialmente fora do pleito.
Milne Freitas explicou que, apesar do candidato pessebista ter ignorado a resolução do PT, o processo continua. Desta forma, o diretório nacional vai comunicar a Justiça Eleitoral sobre sua decisão. “Assim, caberá ao TRE tirar da coligação do Amastha o Partido dos Trabalhadores”, avisa. Mesmo com o documento determinando uma composição com a senadora Kátia Abreu (PDT), sem ter hábil para o devido registro, a legenda pode ficar de fora da eleição suplementar.
“Como a convenção da Kátia Abreu já foi fechada, nós não temos como participar. Então, a nossa expectativa é que o PT fique oficialmente fora da eleição suplementar, e que cada segmento siga o seu desejo, sem que haja punição”, alegou Milne Freitas, autor do recurso à executiva nacional ao lado do primeiro suplente da senadora pedetista, Donizeti Nogueira.
LEIA MAIS
— Aliados dizem que episódio do PT já é tido como superado pela senadora Kátia Abreu
— PT do Tocantins diz que cumpriu trâmites legais e que apoio a Amastha foi deliberado de forma “plural e democrática”
— BOM DIA – Candidatos altamente competitivos na suplementar
— Suplente de Kátia Abreu, Donizeti diz que trabalhar contra candidatura da senadora seria “desleal”
— Diretório nacional tira PT de Amastha e coloca partido na coligação da senadora Kátia Abreu
— Sem acordo com Kátia, PT vai à convenção do PSB, fecha com Amastha e põe Célio Moura de vice
— Amastha ignora PT nacional e registra Célio Moura como candidato a vice-governador em sua chapa
Mourão não motivo as bases
Ao CT, Milne Freitas ainda questionou o projeto inicial do PT do Tocantins, que era lançar o deputado estadual Paulo Mourão como candidato a governador nesta eleição suplementar. Diante da falta de consolidação do nome do parlamentar, o petista disse que a executiva nacional orientou que o partido apoiasse a senadora Kátia Abreu, postura que, segundo alega, é consenso da base da legenda.
“Paulo Mourão não andou o Estado, não motivou nossas bases, não pontuou em pesquisas, não credibilizou junto ao eleitorado e nem frente aos concorrentes, e, em função disso, a direção nacional nos orientou nos a apoiar a senadora Kátia Abreu, quase um consenso na base do partido, dada a contribuição ferrenha da senadora frente ao ‘golpe’ contra Dilma [Rousseff]”, disse em referência ao impeachment da ex-presidente petista.
Milne Freitas argumentou que a corrente petista da qual participa até apoiaria Paulo Mourão, mas rejeita o apoio ao ex-prefeito de Palmas. “Nossas correntes apoiariam a candidatura própria, mesmo tendo certeza do insucesso. Agora, apoio a Amastha é aposta que não topamos. Os professores, uma das principais categorias do nosso Estado e base significativa do nosso partido, são radicalmente contra; os rurais, outra categoria forte e também influente no PT, contra”, lista.
“Por que trocar uma oportunidade de 4,5 anos no Senado por uma aventura de vice-governador por três meses?”, questionou ainda Milne Freitas, já que Donizeti Nogueira, primeiro suplente de Kátia Abreu, assumirá a vaga no Senado Federal caso a pedetista seja eleita. “Ao nosso ver, o apoio a Katia seria o caminho mais natural”, encerrou.