Perfeita a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a imediata desobstrução de rodovias por conta da insatisfação daqueles que não aceitam o resultado da democracia. Porque é bem isso: não existe pauta concreta neste movimento, uma espécie de “micareta fascista”, apenas não suportam a ideia de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha sido o escolhido pela maioria da população brasileira.
Moraes determinou que a Polícia Rodoviária Federal adote imediatamente todas as providências sob pena de multa de R$ 100 mil em caráter pessoal ao diretor-geral do órgão, além da possibilidade de afastamento de suas funções e até prisão em flagrante de crime de desobediência, caso necessário. Não é à toa que é o ministro que mais os bolsonaristas radicalizados odeiam. Mas a democracia brasileira deve muito a ele. Se não fosse por Alexandre de Moraes, talvez, não tivéssemos tido uma eleição, pelo menos não na forma como ocorreu, tranquila e transparente, e já estaríamos a caminho acelerado para uma autocracia. Concordo com os que dizem que o país e os democratas têm uma dívida eterna com esse ministro do STF.
É simplesmente inacreditável que uma turba de arruaceiros decidam per si, sem qualquer prova concreta ou fato reconhecidamente de irregularidade, reagir à decisão da maioria de uma população de quase 115 milhões de pessoas. Não interessa se foi por uma maioria pequena, afinal, isso faz parte do processo democrático: quem tiver mais votos é o vencedor, simples assim. E foi o que ocorreu.
A minoria derrotada, legitimamente, tem o direito de ser oposição ao vencedor, mas nunca tentar melar de forma autoritária uma eleição legítima, como a de domingo. Depois ficam irritados de serem chamados de fascistas. E não quero dizer com isso que todos os que votaram em Bolsonaro tenham esse comportamento antidemocrático. Vários não estão gostando nada do que está ocorrendo, como eles próprios têm relatado a mim. O meu respeito total aos eleitores do adversário do candidato que eu escolhi para presidir o Brasil.
No entanto, há, sim, uma minoria altamente radicalizada, de extrema direita, lunática, que está nas ruas não somente questionando o resultado de uma eleição sem a mínima prova de irregularidade, como também pedindo golpe militar e disseminando fake news sobre o processo eleitoral. São, sim, fascistas e fazem uma espécie de micareta para tentar derrubar a democracia brasileira.
Por isso está de parabéns o STF por ter avalizado a decisão do grande ministro Alexandre de Moraes de acabar, inclusive, com a cumplicidade de parte de agentes e diretores da Polícia Rodoviária Federal, que fogem totalmente aos limites de sua obrigação funcional e constitucional para se aliar a golpistas fascistas que não querem aceitar a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deveriam ser presos e exonerados a bem do serviço público.
A soberania do povo brasileiro é muito maior do que essa gente arruaceira e antidemocrática. E essas ações fascistas só confirmam que livramos o Brasil de um caminho de trevas ao impor a derrota ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que, como era de se esperar, adotou uma postura de mau perdedor que não tem a dignidade de reconhecer a vitória do seu oponente.
Se fizesse isso, o presidente apaziguaria seus aliados mais radicalizados e a transição ocorreria de maneira mais serena. Mas esperar um gesto de grandeza de quem não a tem é inocência. A atitude de Bolsonaro após as eleições, ou melhor, a falta dela, é a prova mais cabal de que ele nunca esteve à altura de presidir um país da magnitude do Brasil.
Graças ao bom Deus e à sabedoria do povo brasileiro, nos livramos desse grande mal.
Amém!
CT, Palmas, 1º de novembro de 2022.