Como esperado, o debate sobre a regulação de pacientes da rede municipal para o Estado esteve presente na sessão desta terça-feira, 16, da Câmara de Palmas. Agora principal opositor do Paço, o vereador Rogério Freitas (PSD) foi o primeiro a abordar o tema. “Passei o final de semana observando uma movimentação intensa nas redes acerca de vidas que vêm sendo perdidas na UPA [Unidade Pronto Atendimento] por falta de regulação. Eu vi um jogo de empurra, uma guerra de tentar achar os culpados. Culpado eu sei quem é: é quem não age”, iniciou o discurso.
ESTELIONATO ELEITORAL
Rogério Freitas responsabiliza a prefeitura nos episódios. O vereador cita que a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) está à frente do Paço desde abril de 2018, mas “se comporta como se tivesse tomado posse ontem”. O parlamentar acusa a tucana de “estelionato eleitoral”, porque prometeu hospital e um centro de parto normal, mas ainda não o fez. “Político faz compromisso, o nível de Cinthia faz promessas”, chegou a afirmar.
CREDENCIAMENTO DE ORTOPEDIA DEPOIS DE CINCO ANOS
Além da falta do hospital municipal, Rogério Freitas também questionou a lentidão do Poder Executivo em tomar uma atitude em relação ao problema. “Foram 11 vidas perdidas nas UPAs aguardando a regulação, e só agora, depois de cinco anos que está perfeita, decide credenciar clínica de ortopedia”, pontuou o vereador, em referência a demanda, que é a principal responsável por lotações. “E não credenciou ainda, só demonstrou interesse em fazê-lo. É ser muito bom, é ser muito ágil, é ser muito decente”, ironizou.
PARE DE FICAR NO TWITTER E FAÇA O TRABALHO
Rubens Uchôa (UB) também entrou no debate. O parlamentar criticou os ataques de Cinthia Ribeiro ao titular da Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau), Afonso Piva. “Eu entristeci a minha alma quando vi um discurso daquele, querendo colocar culpa no Estado. Desrespeitando o secretário”, afirmou. O principal questionamento é quanto a falta de hospital municipal, que disse ter sido justamente a primeira proposta da tucana. “Querer colocar culpa, sendo que Palmas é a única capital que não tem um hospital público. Pare de ficar no Twitter jogando culpa em A ou B, faça o seu trabalho, que eu vou subir na Tribuna e parabenizá-la”, apontou.
ALGO QUE NÃO É REAL
Quem saiu em defesa da gestão foi o presidente da Casa de Leis, Folha Filho (PSDB). “Não me conformo quando vejo colegas, que já passaram pela base da prefeita, vão a Tribuna e falam algo que não é real. Não dá para aceitar. Não posso permitir que ataquem um plano que foi construído com sentimento popular”, iniciou. Para a defesa, o tucano repetiu as ações realizadas pelo Paço e destacadas em reunião na noite de segunda-feira, 15, entre Cinthia Ribeiro e a base na Câmara, como o Orçamento acima do exigido pela Constituição, o número de atendimentos, entre outros.
NÃO TEM NECESSIDADE DE PALMAS CONSTRUIR HOSPITAL
Folha Filho chamou a atenção ao argumentar que a Capital não tem precisão de um hospital municipaç. “Não tem necessidade de Palmas construir um hospital se o Hospital Geral está aí para atender, se vem os recursos para o HGP atender a população”, pontuou. A fala gerou protesto posterior de Laudecy Coimbra (SD), que ironizou o colega por estar indo contra o próprio plano de governo de Cinthia Ribeiro.
NADA VAI ABALAR A RELAÇÃO ENTRE CINTHIA E WANDERLEI BARBOSA
O presidente da Câmara de Palmas também abordou o lado político da questão. Folha Filho entende que o debate chegou às atuais proporções porque “já começou processo eleitoral”. A fala serviu para criticar o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos), um dos que questionaram a postura de Cinthia Ribeiro. “Nunca colocou um real. Leva o voto e vira as costas para Palmas”, disparou. O tucano também defendeu que o caso não estreme a situação entre Palácio Araguaia e Paço. “Quero dizer que nada vai abalar a relação da prefeita Cinthia com o governador Wanderlei Barbosa”, reforçou.
PANOS QUENTES
Irmão do governador, Marilon Barbosa (UB) subiu à Tribuna para pôr panos quentes na discussão. “Tem que ter um entendimento para que possa desenvolver nossa cidade e o Estado. O diálogo é a melhor saída para apaziguar. Quem mais perde com isto é o povo. Não adianta debater na televisão, nas redes, ninguém vai ganhar com isto. O nosso governo não é de perseguição, é de estabilidade. Não adianta esta briga. Vamos desarmar todo mundo, unir nossas forças”, defendeu em breve pronunciamento.