A busca para melhorar a qualidade nos atendimentos e organizar o cadastro de dados de pacientes atendidos pelo CapsAD III (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) de Araguaína fez com que os servidores da unidade desenvolvessem um sistema digital que pudesse armazenar 100% das informações necessárias.
O programa foi idealizado pelo servidor Klaubher Feitosa Silva e começou a ser aplicado em 2017, utilizando como banco de dados uma planilha de Excel. Em poucos meses, o empenho da equipe fez com que 1.800 cadastros, que antes eram físicos em papel, pudessem estar digitalmente registrados.
O sistema deu certo e, para abranger ainda mais, a ideia foi transformada no SisC@ps Banco de Dados, que atualmente já contabiliza mais de três mil registros.
“Antes de implantar o sistema, tínhamos dificuldades de realizar as buscas de quantos pacientes estavam frequentando a unidade, quantos estavam ativos e inativos, sobre a ocupação de cada um, a escolaridade e tantos outros dados essenciais que eram registrados em prontuários físicos, o que dificultava nosso trabalho”, explica o servidor, Klaubher Feitosa Silva, que, na época era coordenador da unidade.
Como funciona?
Ao realizar o atendimento, todas as informações que são preenchidas em papel também são anexadas na ficha eletrônica. De forma automática, a equipe multidisciplinar consegue ter acesso ao histórico do paciente com todos os dados, como nome completo, idade, endereço, uso de medicamentos, consultas, retornos e progresso da recuperação.
“Quando um paciente não comparece à consulta, por exemplo, o sistema já aponta a falta. Com isso, é possível desenvolver um atendimento mais humanizado e centralizado, pois a partir das informações registradas, a equipe consegue entrar em contato com o paciente e agendar um novo atendimento”, ressalta a coordenadora Kuelita Oliveira Batista.
Agilidade e eficiência no atendimento
Para Antônio Luiz Gomes Bezerra, que atua há nove anos no setor administrativo do CapsAD, o acesso às informações se tornou mais eficiente e ágil. “Antes era muito difícil fazer a busca de dados, olhar prontuário por prontuário. Hoje, o sistema nos mostra em tempo real todos os dados, o que contribuiu para o nosso trabalho”, disse.
Levantamento
Em muitos casos, a dependência está ligada a diversos fatores, entre eles, a falta de escolarização, traumas na infância, abandono afetivo e depressão. Com o sistema implantado, é possível verificar que, ao todo, 3.334 pacientes foram acolhidos pelo CapsAD III de Araguaína, sendo 2.643 homens, e 691 mulheres.
Também é possível analisar que o maior problema de dependência dos usuários está relacionado ao uso de álcool, seguido do de drogas. Já na distribuição dos pacientes acolhidos por faixa etária, o sistema aponta maior prevalência de pacientes do sexo masculino na faixa etária entre 20 e 50 anos de idade e que 64% dos pacientes são moradores de Araguaína, enquanto 36% residem em outras cidades.
Perfil da territorialidade dos pacientes
Para saber quais são os setores da cidade com maior índice de dependentes, a equipe utiliza os endereços cadastrados no programa, o que possibilita a criação de ações no enfrentamento da dependência química em Araguaína, como visitas residenciais aos pacientes, palestras nas escolas e orientação à comunidade.
Destaque Nacional
A assistência integrada e humanizada nos atendimentos do CapsAD III de Araguaína também foi destaque no 37º Conasems (Congresso Nacional do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), realizado em Goiânia, e teve o SisC@ps Banco de Dados reconhecido como a experiência mais vitoriosa do Tocantins na área da saúde.
“Ficamos muito felizes em saber que uma ideia que utiliza tecnologias leves e de fácil acesso é reconhecida a nível nacional. E mais gratificante ainda é saber que o que criamos está contribuindo para agilizar e facilitar o processo de trabalho e assim garantir melhor atendimento aos pacientes”, conta Klaubher.
Sobre a dependência química
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dependência química é multifatorial e não está restrita a qualquer grupo social, racial ou etário. A dependência química também envolve as consequências físicas e mentais trazidas pelo abuso de substâncias nocivas ao organismo, como o álcool e a nicotina, e substâncias ilícitas como a maconha, cocaína e o crack.
Tratamento em Araguaína
Os interessados em tratar a dependência química em Araguaína podem procurar o CAPD AD III na Rua 12 de Outubro, nº 435, no Centro, das 7 às 19 horas. A unidade também atende pacientes por meio de encaminhamentos das UBS (Unidades Básicas de Saúde). O CAPS, juntamente à Unidade de Acolhimento Adulto, oferece atendimento psicológico e psiquiátrico, atividades terapêuticas, amparo pedagógico e de assistência social. (Da assessoria de imprensa)