O Ministério de Minas e Energia (MME) informou na sexta-feira, 29, que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu licença ambiental para a Petrobras perfurar poços no segmento da Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande Norte, na Margem Equatorial. A autorização seria referente à atividade de pesquisa da capacidade de produção de petróleo e gás natural na localidade. As reservas estimadas dessa bacia são de 2 bilhões de barris de óleo. A medida era fortemente defendida pela Ação Pró-Amazônia, presidida pelo tocantinense Roberto Pires, que quer ainda a liberação da exploração para as outras quatro áreas da Margem Equatorial.
É PRECISO PLANEJAR O ATENDIMENTO À DEMANDA FUTURA
Formada pelas Federações da Indústria dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, a frente chegou a divulgar uma carta aberta para cobrar esta autorização. “Além de atender a demanda atual, é preciso planejar o atendimento à demanda futura. O petróleo que será consumido em 2050 ainda precisa ser descoberto. Por isso, a região deve ser incorporada às áreas objeto de pesquisa para assegurar seu lugar entre as produtoras do futuro e, com isso, melhorar a vida de milhares de brasileiros, especialmente os amazônidas, gerando empregos, aumentando a arrecadação e ampliando o desenvolvimento regional e nacional”, defendeu.
EXPLORAÇÃO IMEDIATA DE TODA A MARGEM EQUATORIAL
Entretanto, a Margem Equatorial possui outras quatro bacias: Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. A Ação Pró-Amazônia critica a ampliação da exploração de forma programada, de 5 em 5 anos. “A essa altura, o petróleo que poderia injetar, em dez anos, de R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões na economia local, terá valor muito inferior ao de hoje”, pontua. “A referida postergação da exploração na costa norte do país materializa um “golpe” no seu desenvolvimento. Perpetrado, submete a Amazônia à perenização da atual condição de pobreza, submissão e dependência. Não podemos continuar excluídos do desenvolvimento brasileiro, retardando a exploração de óleo e gás na plataforma continental dos estados do Ceará, Maranhão, Pará e Amapá”, reforça.