Grupo de advogados protocolou uma petição na manhã desta quinta-feira, 17, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Tocantins (OAB-TO), cobrando “isenção” e “imparcialidade” política dos dirigentes da entidade. Um dos membros do movimento, Taumaturgo José Rufino Neto, afirmou que o presidente Walter Ohofugi está “usando a OAB para fins políticos”, por isso, foi solicitado que ele veicule nota pública negando a suposta candidatura a cargo público eletivo no pleito de 2018.
“É legítimo ele entrar na política, mas o que não pode é ele usar a instituição para fazer campanha partidária. A gente fica desmoralizado enquanto classe”, argumentou o advogado em entrevista ao CT.
Após o dirigente se filiar ao PSD no dia 6 de abril, começaram a circular nas redes sociais o comentário de que o ato seria uma espécie de lançamento de uma suposta pré-candidatura de Ohofugi a deputado federal. Conforme o documento, essa informação repercutiu na opinião pública, “com evidente desconforto social e classista”. Os advogados pontuaram que o quadro político do Estado, com eleições suplementares em andamento, “exige dos dirigentes da OAB isenção e imparcialidade”.
Especulações
A petição destaca que não é a legitimidade e a liberdade política de Ohofugi que está em questão, mas segundo o documento, a notícia de sua possível candidatura tem gerado “especulações”. “A sociedade e os advogados não toleram tergiversações quanto às obrigações e responsabilidades inerentes ao cargo de presidente. A OAB é maior que qualquer presidente, conselheiro ou advogado e, exatamente por isso, deve pairar soberana sobre todas as questões político-partidárias”.
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Grupo independente
De acordo com Taumaturgo, a petição surgiu da insatisfação de um grupo de jovens advogados que criaram um movimento independente para reivindicar direitos da classe. Na primeira reunião, eles elaboraram o “Manifesto por uma advocacia forte” e decidiram solicitar esclarecimentos ao presidente da Ordem quanto a sua filiação partidária.
“Em todos os setores da sociedade a OAB se manifesta, mas em favor dos advogados a Ordem não tem se portado como deveria”, apontou Taumaturgo, acrescentando que 40 advogados, jovens e veteranos, assinaram a petição.
Outro lado
Em resposta, o secretário-geral da OAB-TO, Célio Henrique Magalhães Rocha, declarou ao CT que não há “cabimento” em uma manifestação nesse sentido. Segundo ele, a atual gestão está “revolucionando” a instituição.
“A nossa administração colocou as finanças em dia, está construindo subseções novas, dotou a Procuradoria de Prerrogativas de instrumento, profissionalismo e pessoal e resgatou a imagem pública da Ordem”.
Para o secretário, esse tipo de “suposta pressão” que alguns advogados fazendo “é mais um factoide ligado a um grupo que quer o poder na OAB e que foi derrotado em 2015, por mais de 10 pontos percentuais de diferença”.
Confira a íntegra do documento protocolado pelo grupo de advogados ao presidente Walter Ohofugi: