Os titulares das Secretarias do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Marcelo Lelis, e da Agricultura e Pecuária (Seagro), Jaime Café, estiveram em audiência com representantes do setor produtivo nesta quarta-feira, 7, após o atrito gerado com a divulgação de dados do desmatamento ilegal no Tocantins. A avaliação do governo estadual é que o encontro teve resultado positivo. “Terminamos a reunião muito alinhados […] Produção e preservação podem e devem andar juntos. Hoje a gente deu um passo importante neste sentido”, afirmou à Coluna do CT o titular da Semarh.
ROUPA LAVADA
Marcelo Lelis admitiu ter lavado “roupa suja” com os representantes, mas pontua que compreendeu o posicionamento do grupo. “O fato é que há um sentimento claro no setor de que é preciso enfrentar o desmatamento ilegal, como também as deficiências em termos de prazos e agilidade nas licenças”, comentou ao CT. Por meio da assessoria, Jaime Café enalteceu a importância do debate e defendeu o setor. “A gente sabe que quem preserva é o produtor rural, é o homem e a mulher que estão no campo produzindo alimentos e fazendo a economia do Tocantins girar,” ressaltou.
DELIBERAÇÃO
À coluna, Marcelo Lelis informou que ficou definido na reunião a criação de uma frente com representantes da Semarh e dos produtores para levantar detalhadamente os números do desmatamento ilegal. “Nós encaminhamos pela constituição de um grupo de trabalho integrando o setor produtivo, Semarh e Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). As entidades vão indicar técnicos especializados e vamos para dentro do Naturatins entender os números, extrair e discutir”, pontuou. A primeira agenda será já no dia 20 deste mês.
SETOR PRODUTIVO GARANTE NÃO CONTRIBUIR COM DESMATAMENTO
O secretário do Meio Ambiente explicou que o setor produtivo quer que este levantamento tenha um foco nas “propriedades do agro empresarial”. Conforme Marcelo Lelis, os produtores entendem que estas áreas tem uma participação pequena nestes números.
PACTO PELO DESMATAMENTO ILEGAL ZERO
Marcelo Lelis também indicou que Semarh e setor produtivo também deliberaram que irão verificar juntos o andamento do Pacto Pelo Desmatamento Ilegal Zero. “Vamos acompanhar a execução de cada um dos pontos que o Estado pactuou com o setor produtivo no momento da assinatura. Vários destes já estão em pleno andamento”, garantiu ainda.
DESMATAMENTO ILEGAL NÃO SE ENCONTRA NA AGRICULTURA EMPRESARIAL
À equipe de comunicação do governo, os representantes do setor produtivo reforçaram a atuação dentro da legalidade e comemoraram o resultado da reunião. “A nossa preocupação é trazer uma orientação clara e justa para o nosso produtor, para o nosso cooperado, aquele que é cliente do banco, para que sim, a gente seja um produtor sustentável e produtivo”, destacou a presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Caroline Schneider. “A maioria do desmatamento ilegal no Estado não se encontra dentro da agricultura empresarial. Tenho certeza que não está dentro do nosso setor”, afirmou Maurício Buffon, da Aprosoja nacional. “A gente sai daqui satisfeito porque vamos construir e melhorar ainda mais o diálogo entre produtor e governo através do que foi proposto e acertado entre as duas partes”, arrematou o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste (Aproest), Wagno Milhomem.