Um dos mais respeitados caciques da história do MDB do Tocantins, o ex-vice-prefeito de Palmas Derval de Paiva vem de muito tempo descontente com os rumos do partido no Estado. Ele já chegou a dizer há pouco tempo ao CT, em sua ironia fina, que o MDB “ou está mal conduzido, ou mal cozido”. Com a mudança de comando, a legenda agora tem na presidência regional o deputado federal Alexandre Guimarães (ex-Republicanos), que em algumas cidades está em palanques contrários aos de emedebistas: caso de Paraíso, de Celso Morais, onde o parlamentar apoia Osires Damaso, do Republicanos; em Palmeiras do Tocantins, o prefeito do MDB Júnior Noleto foi para o União Brasil com medo de não ter legenda, como a coluna mostrou nessa quarta-feira, 19; em Dianópolis, Alexandre está com Jailton Bezerra, do Republicanos, e o MDB com o prefeito José Salomão (PT); e em Araguaína, o diretório conduzido por históricos foi destituído. “O MDB, no melhor das colocações que eu possa fazer, terminou como um poleiro das aves de arribação, e não sei até onde a gente acalenta os companheiros que ficam nessa ribalta sem proteção, sem companheirismo do ponto de vista partidário. Eu fico lamentando tudo isso porque a decadência está marcada, os erros se acumulando e o tempo passando”, desabafou Derval.
RESPEITO PELOS LIDERADOS
Ele disse que todos os históricos do MDB “estão perplexos com tudo isso”. “Penso que a minha saúde vai melhorar o quanto estou precisando para ver se eu posso dar uma contribuição maior”, projetou. Para ele, “um partido tem que ter dignidade, tem que haver respeito pelos seus liderados”. “Esse aí [Alexandre Guimarães] não conheço bem, nunca o vi pessoalmente e, se o vi, não o identifico como a pessoa que tem todo esse poder na mão hoje. Mas nós assistimos isso em outras oportunidades, desde que o partido existiu mais ou menos organizadamente no Estado”, lembrou. Como a coluna já mostrou, outros políticos sem história no MDB já pousou inesperadamente na legenda — casos dos ex-senadores Leomar Quintanilha, Kátia Abreu e Eduardo Gomes. Nenhum deles conseguiu dominar essa fera selvagem que é a legenda de Ulysses Guimarães.
AUTOCRÍOTICA
Derval disse que os históricos não esperavam “por isso”, ou seja, a nova transição brusca com um estranho no ninho tomando as rédeas. “Não é assim que se faz política e não é assim que sempre fizemos, e não temos razão para mudar o conteúdo de nossas ações. É preciso que haja uma autocrítica de comportamento, de conduta. Essa inovação política não cola, é muito ruim. Os resultados das últimas eleições vêm provar. O partido diminuiu, ficou à deriva, e esses atos não podem continuar”, defendeu.
É PRECISO AÇÃO
Para Derval, “ficou pior agora” com o fato de os companheiros do partido não poderem contar com apoio efetivo da direção estadual em seus projetos eleitorais. “Sou um eterno otimista, mas estamos precisando agora não só de otimismo, e, sim, de ação. Desse jeito não é possível, nós temos que ter uma reação. Acho que pode acontecer nas convenções, mas toda convenção sem preparo efetivo e antecipado não traz bons resultados. Preguiça ou a displicência neste momento não pode, não, porque não é papel nosso também”, recomendou.
TROCOU PT POR REPUBLICANOS
Convencido pelo secretário estadual da Educação, Fábio Vaz, o professor Joelson Pereira, secretário de Assuntos Municipais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet), trocou o PT, no qual militava havia 23 anos, pelo Republicanos do governador Wanderlei Barbosa, para disputar vaga de vereador de Palmas pela segunda vez.
PT DECEPCIONOU
À coluna, Pereira disse que “o PT do Tocantins perdeu suas origens e decepcionou a militância aguerrida, como meu caso”. “Decepcionou, abandonou, na verdade. Não tem debate, virou uma cúpula onde dois, três, quatro decidem, uma coisa que é totalmente ao contrário do que eu aprendi no início”, afirmou o sindicalista, que estava filiado ao partido desde 2001.
RICARDO AYRES COM RONIVON
Depois de negar o que a coluna havia adiantado, o deputado federal Ricardo Ayres, que é do Republicanos do pré-candidato a prefeito de Porto Nacional Antônio Andrade, anunciou que vai apoiar a reeleição do prefeito Ronivon Maciel (UB). A coluna trouxe a informação há algumas semanas de que Ricardo avisou o governador de que não teria condições de subir no palanque de Andrade por dois motivos: primeiro porque o atual prefeito foi importante cabo eleitoral do parlamentar nas eleições de 2022 e, depois, porque o grupo do deputado não queria pedir votos para o pré-candidato da oposição a Ronivon. Com a pressão que recebeu após a publicação da nota, Ricardo recuou. Mas agora está confirmado: ele vai mesmo pedir votos para a reeleição do prefeito de Porto.
LIDERANÇA DE JAIRO ESPERAM RESPOSTA
Em Pedro Afonso, a liderança do ex-prefeito Jairo Mariano (PDT) aguarda uma confirmação dele de que será realmente candidato a voltar para o comando do município. Ele ficou de conversar com o grupo na terça-feira, 18, mas não procurou ninguém. Todo mundo com uma pulga atrás da orelha.
PREFEITO JOAQUIM E PETISTA BENÉ
Além de Jairo — que, então, é dúvida –, existem a pré-candidatura à reeleição do prefeito Joaquim Pinheiro (Progressistas) e do engenheiro agrônomo e empresário da cidade Benedito Moura Medeiros, o Bené (PT). O petista já foi coordenador da Ciretran de Pedro Afonso, diretor municipal de agricultura e, atualmente, é proprietário, projetista e responsável técnico da empresa Beneagro Projetos Rurais e Consultoria.
PAI E FILHO ÀS LÁGRIMAS
Emocionado, numa reunião de pré-campanha, o jovem Juarez Moreira (PDT), ao microfone, chamou o pai, o vice-governador Laurez Moreira (PDT), à frente, pediu que ele olhasse em seus olhasse em seus olhos e disse: “Sempre vou honrar seu nome, sua história. Você que saiu de Dueré e hoje é a minha maior referência e de todos aqui”. Ambos, pai e filho, foram às lágrimas e muitos dos presentes. Juarez é o pré-candidato a vice-prefeito de Gurupi na chapa do deputado estadual Eduardo Fortes (PSD). Assista: