O Aeroporto de Palmas Brigadeiro Lysias Rodrigues e mais nove aeroportos administrados pela Infraero ainda registram falta de combustível nesta segunda-feira, 28, devido a paralisação dos caminhoneiros. Em nota, a empresa informou que está em contato com órgãos públicos relacionados ao setor aéreo para garantir a chegada dos caminhões com combustível de aviação nesses locais.
Cargas de combustíveis foram escoltadas para o Aeroporto de Palmas neste domingo, 27, mas o produto já acabou. Apesar da dificuldade, os voos foram normalizados nesta segunda, informou um funcionário de uma distribuidora de combustível de aviação ao CT.
De acordo com a Infraero, os aeroportos de São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Aracaju (SE), Foz do Iguaçu (PR), Teresina (PI), Paulo Afonso (BA) e Pampulha (MG) também estão desabastecidos.
“Os aeroportos estão abertos e têm condições de receber pousos e decolagens. Nos terminais em que o abastecimento está indisponível no momento, as aeronaves que chegarem só poderão decolar se tiverem combustível suficiente para a próxima etapa do voo”, avisou a Infraero.
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A empresa recomenda aos passageiros procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos. Aos operadores de aeronaves, a empresa orienta que planejem seus voos de acordo com a disponibilidade de combustível na rota pretendida.
A Infraero ainda afirmou que compreende o direito de manifestação, mas entende “que os protestos devem ocorrer sem afetar o direito de ir e vir das pessoas, bem como a segurança das operações aeroportuárias”.
Sindiposto
Em comunicado à imprensa, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Tocantins (Sindiposto-TO) informou que a situação relativa à falta de combustíveis no Estado permanece a mesma.
A entidade disse que está negociando o carregamento de combustível para questões da Segurança Pública, Saúde e demais instituições públicas locais. A estimativa do sindicato é que mais de 90% do Tocantins esteja desabastecido e não há previsão para normalização da situação.
Oito dias de protesto
Há uma semana caminhoneiros de todo país iniciaram o protesto contra a alta do óleo diesel e dos impostos que incidem sobre o combustível. Após três dias de movimento, a sociedade começou a sentir os reflexos, como falta de alimentos, principalmente frutas e verduras, e combustíveis.
Em Palmas, há registros de que todos os postos estão com estoque de combustível zerado. Em várias cidades do interior também não há mais produto. Filas de dezenas de carros se formaram desde quarta-feira passada nas revendedoras que ainda tinham combustível em seus estoques. Prefeituras e Estado estão trabalhando com frota reduzida e utilizando a reserva de combustível da garagem central somente nas viaturas e ambulâncias.
Negociações
Na primeira rodada de negociações com sindicatos dos caminhoneiros, se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação. Os manifestantes recusaram a proposta afirmando que o acordo foi assinado por entidades que não representam a categoria.
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite deste domingo pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. A União concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.
No Estado, a categoria ainda não acatou o acordo. Eles questionam o fato da redução ter prazo de apenas 60 dias e temem que pontos da proposta não sejam cumpridos. Pelo país também não há informação de que os caminhoneiros vão deixar as rodovias.