Nos últimos séculos e a cada dia, para muitos, o acirramento do conflito entre a fé a ciência tem se intensificado. Quem está com a razão?
Quando vejo e acesso mensagens nas redes sociais em que até com a inteligência artificial se propaga milagres, passo a refletir sobre esse tema para que não deixemos a fé cega superar a fé racional.
Já havia dito Albert Einsten: “A ciência sem a fé se constitui em arrogância e prepotência, a fé sem a ciência em fanatismo e doutrinação. A fé expande as dimensões da alma humana e a ciência os limites do conhecimento e da nossa mente.”
Quando escolhemos os caminhos da fé é que percebemos o quanto o Criador Supremo parece ser misterioso em suas obras, mas ao mesmo tempo é muito simples e fácil de ser entendido. E isso só se torna possível quando experimentamos a aventura da fé, que aliada à ciência, nos levam a vivenciar o poder dessa Criação, que não nos esmaga nem nos humilha, mas com delicadeza nos conduz à verdadeira liberdade do Espírito e que nesta terceira dimensão em que vivemos, nem a ciência saberá explicar.
Faz-nos entender que os senhores do mundo e das coisas não são e nunca serão os fortes e os poderosos, os endinheirados e que têm muito patrimônio material, que via de regra os tornam prepotentes e arrogantes, pois são poucas exceções dos que assim não se colocam e não se corrompem; são mais confiáveis os pequenos, os humildes, que famintos e sedentos de justiça constroem o reino de simplicidade; que não é nem comida nem bebida, mas a paz, a justiça, a solidariedade, enfim tudo que está contido no verdadeiro amor com sua plena realização através do Espírito Santo.
A fé é o dom que trazemos desde o nascimento, vai crescendo em nós a ponto de se tornar uma fé operativa, não a fé intelectual: “Eu acredito que uma força maior pode curar” e só.
De tal maneira devemos estar convencidos desse poder curador, que a fé nos leva a ser instrumento do Supremo Criador. Tudo isso depende de estarmos no Espírito Santo e permanecermos n’Ele e Ele em nós.
Se pegarmos um copo e o enchermos com água, um pouco de azeite, uma rolhinha e um pavio, teremos feito uma lamparina de azeite. Se pegarmos só o pavio e lhe puser fogo, em poucos segundos o pavio se consumirá. Mas, deixando o pavio embebido no azeite estará produzindo luz e calor. Conosco é a mesma coisa: Tudo depende de permanecermos embebidos no Espírito Santo do Criador. E, então, Ele, que tem todos os dons, manifestar-se-á em nós conforme a necessidade.
A fé é um dom derramado do Criador, através do Espírito Santo e espargido sobre nós.
Ela não provém de nossos méritos, mas é puro dom espiritual. A fé é o fundamento da
esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.
Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela Palavra de um Ser Supremo e que as coisas visíveis se originaram do invisível.
Ora, sem fé é impossível estarmos sintonizados, interligados com o Criador, pois para chegarmos até Ele, é necessário que creiamos primeiro que Ele existe e que recompensa aqueles que O procuram.
Não foi por acaso que o Mestre dos mestres ao curar os males físicos ou espirituais que atormentavam as pessoas, sempre concluía: “a sua fé te salvou!” ou “a tua fé te curou!”
A fé é, em última análise, um dom que o Espírito Santo colocou à nossa disposição para que possamos experimentar concretamente a onipotência Daquele que a inspira e de onde ela provém.
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado; membro-fundador da Academia de Letras de Dianópolis.
candido.povoa23@gmail.com