A Coluna do CT tenta uma resposta da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) desde terça-feira, 4, mas sem sucesso até agora. Mas tudo indica que o Estado não vai mais arcar com o transporte escolar da zona urbana de todas as cidades que contavam com esse serviço já fazia alguns anos. Além de Araguaína, Gurupi e Pedro Afonso também confirmaram que enfrentam o problema. A questão é que não foi algo conversado nem a médio ou curto prazos. Os prefeitos foram pegos de surpresa e agora tentam discutir com o governo do Tocantins como descascar esse abacaxi.
PARA ALÉM DA DISPUTA PROVINCIANA
Em Gurupi, para além de uma disputa provinciana que tomou conta nesta semana em que município e o deputado estadual Eduardo Fortes (PSD) disputam o troféu de quem conseguiu convencer o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) a visitar a cidade nesta sexta-feira, 7, a passagem dele por lá será aproveitada pela prefeita Josi Nunes (UB) para discutir uma solução para este problema sério que o Palácio está jogando para o Executivo local.
PREFEITURA NÃO ESTÁ PREPARADA
Conforme a coluna apurou, em Gurupi, o Estado fica com o transporte urbano dos estudantes e o município com o rural. O argumento do governo do Tocantins é de que a despesa está alta para ele, mas a prefeitura alega que não estava preparada para isso e que foi pega de surpresa.
NÃO HÁ VAGAS PRÓXIMO DE CASA
A complicação também é que os alunos, em geral, não conseguirão vagas em escolas próximas a suas residências. Um exemplo citado à coluna foi a Escola Municipal Ulysses Guimarães, do Setor Parque das Acácias, próximo do aeroporto da cidade. Surgiu outro bairro nas proximidades, o Campo Belo, e os alunos que moram nele não podem se acomodados na unidade de ensino do Parque das Acácias por falta de vagas. Como havia transporte, não existia problema e os estudantes podiam buscar outras unidades de ensino. Mas agora não haverá como se deslocar, então, os pais do Campo Belo querem os filhos na Ulysses Guimarães, que não consegue abrigar esses estudantes.
SEM TRANSPORTE URBANO
Em Pedro Afonso, a situação se repete. Um comunicado da diretora da escola Professor Antônio Belarmino Filho circula pelas redes sociais da cidade: “Informamos que em 2025 não haverá transporte escolar urbano”.
MAIS UM SINTOMA DA CRISE FISCAL
Depois de não pagar o programa “Tocando em Frente” para “bem mais” de 40 prefeituras, de atrasar o pagamento dos prestados de serviços do Servir, o plano de saúde dos servidores; e de aumentar o gasto com pessoal em mais de sete pontos somente no ano passado, extrapolando limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal e encostar no limite prudencial, essa notícia da recusa do Estado de continuar arcando com o transporte escolar para alunos da área urbana, despesa do governo faz anos, é mais um sintoma de que a crise fiscal pode estar tomando conta da máquina pública novamente.