O vice-governador Laurez Moreira (PDT) é o convidado da semana do CT Entrevista. Nela, ele contou estar elaborando seu plano de governo e que quer promover as vocações regionais. “Eu estou fazendo um planejamento com essa ida minha a todos os municípios pensando nos 40 anos de desenvolvimento do nosso Estado do Tocantins, que eu quero fazer em 4 [anos], com fé em Deus”, avisou.
CUIDAR DAS COISAS IMPORTANTES
Alijado do centro de decisões pelo governo Wanderlei Barbosa (Republicanos), Laurez disse que, no início da gestão, procurou “fazer aquilo que era importante para o Estado”. “Falei: ‘governador, vou cuidar das coisas que eu acho importante'”.
HISTÓRIA SEM NENHUM FUNDAMENTO
Contudo, Laurez acabou defenestrado do grupo decisório do Palácio, a pretexto de estar numa suposta tramóia para afastar o governador e ascender à principal cadeira de poder do Estado. “Eu tenho uma vida que todo mundo conhece. Eu jamais iria fazer coisas desse jeito, minha história não permite que ninguém tenha esse tipo de suspeita”, decretou. Entre as acusações contra ele, supostos encontros para tramar com o senador Irajá (PSD). “Agora eu não sou homem de ninguém falar com quem que eu posso falar. Sobre as alegações desse sentido, não dou o menor ouvido para isso. São histórias fantasiosas, história sem nenhum fundamento”, minimizou.
CONSTITUIÇÃO NÃO É PARA ATENDER CAPRICHO
Sobre a Proposta de Emenda Constitucional que o impede de tomar posse em viagens de até 15 dias do governador para fora do Tocantins, a chamada “PEC do Laurez”, o vice-governador garantiu “jamais mandaria um projeto de lei nesse sentido” para a Assembleia. “Eu entendo que foi eleita uma Assembleia Constituinte para fazer a Lei Maior do nosso Estado e que todos nós devemos respeitar a Constituição. Não é para atender capricho meu e nem de ninguém. Então, eu jamais faria um negócio desses”, assegurou.
NÃO PODE OBRIGAR WANDERLEI A OUVI-LO
Laurez disse estar vendo a possibilidade de uma nova crise fiscal “com muita preocupação”. Ele lembrou que, quando prefeito de Gurupi (2013-2016 e 2017-2020) entregou o município com letra A em todos os quesitos avaliados pela Secretaria do Tesouro Nacional. “Então, é fundamental para ter uma boa gestão, que você se preocupe com a questão fiscal. Eu queria muito ter participado mais do governo. Infelizmente, o meu amigo governador Wanderlei tem me deixado um pouco à margem do poder, não tem me ouvido, e eu não posso obrigar quem não quer me ouvir a me ouvir”, lamentou.
NÃO FAZ POLÍTICA DE FOFOCA
Sobre sua pré-candidatura a governador, ele disse que vem “aprendendo com muita gente boa neste Estado, trocando experiência com as melhores cabeças”. Laurez contou ter começado a se preparar ainda quando estudante de direito para essa missão. Ele revelou ter três inspirações: o governador de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, o presidente Juscelino Kubitschek e o governador Siqueira Campos. “Eu faço política inspirado nesses homens, eu não faço aquela política de fofoca, de intriga, dessas coisas, eu entendo de seres humanos”, ressaltou.
RENÚNCIA, JAMAIS!
Em relação à possibilidade de vir a existir um entendimento com o governador Wanderlei, Laurez afirmou que não tem restrição “a ninguém”. Contudo, negou a possibilidade de seguir o ex-exemplo de um de seus antecessores, o ex-vice-governador João Oliveira, que renunciou até antes do titular do cargo, o governador Siqueira Campos, em 2014. “Possibilidade de eu renunciar o mandato, jamais! Eu tenho projeto, eu tenho causa, a minha causa é o Tocantins. Eu não estou atrás de aposentadoria pelo Tribunal de Contas, dessas coisas, eu não estou atrás disso, não. Graças a Deus, eu sou uma pessoa realizada na vida, eu faço política por vocação, e meu grande sonho é tirar o Tocantins da 24ª economia do país e colocar entre a 15ª ou a 16ª, melhorar os índices de alfabetização do nosso Estado, melhorar a saúde do nosso Estado. Não tenha dúvida: com os recursos que nós temos, uma população pequena de 1,6 milhão de habitantes, com um orçamento de R$ 17 bilhões, põe isso na mão de Laurez Moreira que você vai ver o que nós faremos neste Estado”, avisou.
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