Ainda não há nenhum movimento concreto, mas o tema já está nas conversas fechadas do Sebrae do Tocantins. Nesses tête-à-têtes já se considera que o cargo de superintendente, ocupado por Rérison Antônio Castro Leite, pode ser pedido pelo governo Laurez Moreira (PSD) se o afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) se consolidar. O mandato do atual comando da entidade vai até março de 2027.
NINGUÉM FICA CONTRA O GOVERNO
Dos 15 membros do conselho, o governo do Tocantins tem dois assentos: o da Unitins e o da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços. A demissão de um diretor pode ser pedida ao conselho pelo Palácio ou ainda pela direção nacional do Sebrae. Claro, a medida precisa ser aprovada pelo colegiado, mas a coluna ouviu de um dos membros que “ninguém vai se colocar contra o governo”.
LAVAGEM DE DINHEIRO
Contra Rerison, filho de Wanderlei, pesa a questão política, claro, porque a relação do governador afastado com o interino é muito ruim, mas também o envolvimento direto do superintendente nas denúncias da Operação Fames-19, da Polícia Federal, o que coloca a imagem do Sebrae — uma das entidades de maior credibilidade do País — numa situação muito constrangedora. Está no nome de Rerison a pousada de luxo Pedra Canga, em Taquaruçu, ainda em construção, para a qual ele, o pai e o irmão, o deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos), destinaram, segundo a Polícia Federal, R$ 2.432.950,42, entre 21/06/2022 a 30/07/2024. O ministro Mauro Campbell, relator da Fames-19 no STJ, se referiu em sua decisão a um laudo que estimou que já foram investidos pelo menos R$ 6.386.986,72 nas obras dessa pousada. A suspeita é de lavagem de dinheiro.
SEM NEPOTISMO
Contudo, nessas conversas reservadas de membros do conselho do Sebrae, ainda que saibam que não poderão resistir se o governo Laurez Moreira quiser a demissão de Rerison, o que se busca é fechar um entendimento para que os cargos da entidade não se destinem mais a uma prática de nepotismo. Antes do atual superintendente, filho do governador afastado, quem ocupava a vaga era Moisés Gomes, marido da ex-senadora Kátia Abreu.