Não foi bem recebido na Assembleia o pedido de impeachment protocolado ainda na quarta-feira, 3, pelo vereador Carlos Amastha (PSB) contra o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos), em meio ao calor da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Primeiro, porque dizem que Amastha não é benquisto por lá. Segundo, pela avaliação de que foi precipitado. Avisam no Legislativo que o presidente Amélio Cayres (Republicanos) não quer falar disso.
DIFERENTE DA TRANSIÇÃO CARLESSE/WANDERLEI
Deputados avaliaram à coluna que o melhor seria fazer diferente do que ocorreu na transição de Mauro Carlesse para Wanderlei Barbosa, quando o pedido de impeachment já estava sendo articulado por 17 dos 24 parlamentares uma semana depois do afastamento do primeiro. Eles apontam que dois pontos pesaram para a agilidade ocorrida naquele momento: a baixíssima aprovação de Carlesse diante da opinião pública e a excelente relação de Wanderlei com a Assembleia.
CONSTRUIR RELAÇÃO
Desta vez, sustentam, Wanderlei tem elevada aprovação popular e Laurez ainda precisa construir uma relação com o Legislativo. De deputados próximos hoje, o governador em exercício só tem mesmo o sobrinho, Gutierres Torquato (PDT). Claro que há os que sempre estarão com quem comandar o Palácio — e já ocorre o tradicional beija-mão por parte desses amigos do poder –, mas não se trata, propriamente, de um relacionamento estreito, o que exige tempo para ser solidificado, argumentam.
SÓ APÓS RECURSOS
Assim, defendem que é melhor aguardar o julgamento dos recursos que o governador afastado Wanderlei vai tentar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para só depois pensar em outra alternativa. “Se os recursos forem negados e o afastamento se consolidar, então, teremos ambiente favorável para discutir saídas políticas, mas discutir impeachment agora é precipitado”, reforçou um deputado.