O governo estadual decidiu revogar a cessão do militar Roberto Sampaio ao município de Alvorada e assim o tirou da presidência do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). A decisão não agradou os secretários que viram a medida como uma “retaliação”. Entretanto, o ex-presidente minimizou o ocorrido e disse não ver a revogação como um “ato político”, apesar de ainda não ter recebido do Executivo qualquer comunicado sobre o motivo da revogação.
Serenidade
Roberto Sampaio disse aceitar a decisão do governo “com serenidade” e destacou a gestão feita à frente do Cosems. “Deixo o conselho, mas as demandas continuam. Eu conduzi sempre de forma democrática, ouvindo os dois lados e respeitando o contraditório, como deve se esperar de alguém que lidera 139 opiniões divergentes”, afirmou.
Alvorada aliada do governo
Na avaliação do ex-presidente a revogação de sua sessão não deve ser um ato político por entender que o prefeito Paulo Antônio (PSD) é aliado do governador Mauro Carlesse (DEM). “Alvorada, com a força do prefeito Paulo Antônio, deu a maior votação proporcional ao governador Carlesse nas três eleições que disputou”, comentou Roberto Sampaio, que ainda se disse grato pela oportunidade de presidir o conselho. “Agradeço as manifestações de carinho. O Cosems se tornou uma unidade. Saio feliz, o conselho se fortaleceu”, encerrou.
Retaliação
A revogação não foi bem recebida pelos municípios e as Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins emitiram uma nota de repúdio contra o governo. “Sabemos que essa decisão foi tomada como forma de retaliação”, diz o documento. Para o grupo, a saída de Roberto Sampaio da Semus de Alvorada acontece depois da Cosems cobrar o pagamento da contrapartida estadual em até 60 dias, além da reestruturação da rede assistencial e a readequação do corpo clínico dos Hospitais Regionais, entre outras reivindicações.
Atitude vergonhosa
A nota é ainda mais dura. “Toda a diretoria foi eleita de forma democrática e acreditamos que esse tipo de decisão, além de ser uma atitude vergonhosa e de baixíssimo nível, enfraquecerá a luta por melhorias para a saúde da nossa gente”, alerta as secretarias municipais.
A Coluna do CT acionou o governo estadual e aguarda manifestação.