Presidente regional do PSDB, o ex-senador Ataídes Oliveira avaliou ao quadro Conversa de Política que nas eleições de 2018 “o dinheiro público e o caixa dois falaram muito alto”. Para ele, não foi uma disputa “de mérito”. “Não falo como um derrotado. Sou consciente, inclusive dos erros que cometi durante a minha campanha. Não foi eleição de mérito, foi eleição de pressão: ‘prefeito, vereador, olha, se não apoiar o grupo do governo vocês perderão isso e aquele outro, cargos, etc.’. Isso é lamentável. Esse jogo podre acaba tirando pessoas boas da política”, defendeu Ataídes.
Nova cassação?
Por isso, afirmou, o Tocantins está “diante da possibilidade de uma nova cassação” de governador. “Não entendi porque até hoje não entrou em pauta. Há a ampla defesa e o contraditório, mas tudo tem seus limites”, criticou.
Na equipe de Paulo Guedes
Ele disse que existe a possibilidade de compor a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Para a definição, o ex-senador contou que Guedes aguardava a aprovação da reforma da Previdência, o que já ocorreu. Agora Ataídes disse que vai conversar com o ministro. Segundo disse, meses atrás, Guedes afirmou à imprensa que gostaria que o ex-parlamentar tocantinense o ajudasse a reformular o Sistema S. Além disso, o tucano observou que tem experiência em contabilidade e direito tributário.
Lá na frente
Ataídes reafirmou a possibilidade de disputar a Prefeitura de Palmas, argumentando que tem sido procurado por “um grupo de empresários” da Capital com esse objetivo. No entanto, disse que seu projeto maior é governar o Tocantins. O ex-senador minimizou o impasse com a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, também pré-candidata à reeleição pelo PSDB. “Isso se resolve. O estatuto é muito claro. Lá na frente a gente resolve isso”, desconversou.
Muito tímido
Ataídes não demonstrou entusiasmo com as movimentações de PSB e PL para formar uma frente de oposição ao Palácio Araguaia nas eleições de 2020. “Vejo esse movimento muito tímido, essa história de que vamos sentar à mesa e formar um grande bloco para lançar prefeitos em vários municípios. Na hora do vamos ver, cada um busca o seu interesse”, avaliou. De toda forma, Ataídes disse que até agora não foi convidado para conversar, mas, se for, garantiu que se sentará à mesa com os ex-aliados de 2018.
Achava, agora afirma
Sobre a classe política do Tocantins, da qual sempre foi muito crítico, o ex-senador disse que no início de seu mandato já havia chegado à conclusão de que, “lamentavelmente, o nosso Estado estava sendo roubado”. “Hoje com a experiência que eu tenho de Senado Federal, de Congresso Nacional, eu afirmo. Naquela época eu achava, hoje eu afirmo. O nosso Estado continua sendo roubado”, afirmou.
Patrimônio ilícito
Ataídes, no entanto, disse que há “políticos bons no Tocantins”. “Mas o número, infelizmente, é muito pequeno. A maioria está preocupada com seus interesses e em permanecer no poder para fazer um patrimônio ilícito. Esta é a verdade. E está aí, são várias operações da Polícia Federal, da nossa Polícia Civil trabalhando, ex-governadores presos”, apontou. “A corrupção e a má gestão têm caminhado juntas ao longo dos anos.”
Assista a seguir a participação do ex-senador Ataídes Oliveira no quadro Conversa de Política: