Empreender pode ser um desafio para muitas mulheres, mas não para as alunas da Associação Comercial e Industrial de Araguaína (Aciara). Na terça-feira, 6, a 2ª edição do Mulher Empreendedora da Aciara, em parceria com a Prefeitura de Araguaína e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), realizou um evento bem descontraído para motivar as mulheres a abrirem o próprio negócio com a palestra “Empreender é coisa de mulher”.
Teve também a exposição sustentável “Viva Mulher” e a mesa redonda “Papo de Empreendedora”, em que empresárias de sucesso na cidade compartilharam suas experiências. Durante o evento, cinco mulheres que viveram situações de vulnerabilidade e baixa renda e resolveram se aperfeiçoar ou se capacitar em cursos profissionalizantes no Centro Municipal de Geração de Renda foram homenageadas.
“Empreender é desafiador, mas eu acredito que a mulher não pode se desmotivar em razão disso. São essas diferenças que trazem a personalidade dela para o produto, isso fará com que ela vença dentro do mercado”, enfatizou a vice-presidente da Aciara Jovem, Etienne Acácio.
Cinco Histórias de Superação
Durante toda a noite, as participantes do evento foram convidadas a conhecer as histórias de vida de cinco mulheres que enfrentaram as adversidades na hora dos sonhos de empreender. Um júri formado por diretoras da Aciara , Antônia Lopes Gonçalves, Eliete Lobo e Juliane Carneiro, escolheu as três melhores histórias de sucesso e as vencedoras ganharam prêmios (um estande na próxima feira de negócios da Aciara; um jantar para duas pessoas no Restaurante Mirante; um peeling de diamante e uma massagem relaxante no Essence Estética). No final do evento, todas ganharam troféus confeccionadas pelas mulheres do programa Geração de Renda e cursos no Centro Universitário ITPAC sobre como gerir finanças de empresas.
As grandes mulheres
Maria Zilma Brandão Leite
Vendeu bolo na rua para formar uma filha em matemática. Há cerca de cinco anos, recolheu uma máquina de costura do lixo e começou a fazer tapetes de retalho para vender aos vizinhos. Com o mínimo da aposentadoria e prestações da casa própria para pagar, procurou uma saída para melhorar a renda. Após o curso de tapetes, ela conquistou clientela com pedidos de encomendas. “Hoje, meus tapetes já me ajudam quando me faltam as coisas, como carne, café e arroz”, contou Maria.
Juliana Costa
Trabalhou até o último dia de gestação, aprendeu a fazer artesanato de biscuit para distribuir lembrancinhas em um encontro religioso e não parou mais. Além do curso de aperfeiçoamento, ela também já participou da Feira do Trabalho, realizada trimestralmente pela Prefeitura de Araguaína. Hoje o ateliê é um negócio de família. Juliana divide os cuidados do filho com o marido, e trabalham juntos, ela produzindo e ele entregando. “Empreender é coisa de mulher porque nós somos guerreiras, somos fortes. Mostra que estamos vencendo nossos obstáculos. Nem na minha gravidez eu deixei de fazer meu artesanato. Trabalhei até um dia antes de ter meu filho e com 15 dias de resguardo já votei a trabalhar. A renda que minha família tem hoje vem desse trabalho”.
Wânia Ramos
chegou em Araguaína sem renda, viúva e com quatro filhos. Junto com o pouco que os pais aposentados podiam ajudar, do artesanato que já conhecia tirou a renda para alimentar os filhos. Após o curso de tapetes, passou de aluna a instrutora. Para ela, o trabalho que realiza vai mais além. “O artesanato é importante para mim porque eu era uma pessoa infrutífera. Por meio do artesanato me descobri. Comecei a investir em mim, comprar roupas. Hoje, estou transmitindo aquilo que aprendi para minhas alunas, que elas podem se realizar e se sentirem úteis na sociedade. A mulher não foi feita simplesmente para ser cozinheira e faxinar. Foi feita para brilhar”.
Feira do Trabalho
A Feira do Trabalho aconteceu durante todo o período da tarde, em frente à Aciara. O espaço reuniu 20 empreendimentos e 30 mulheres que acreditaram na própria capacidade e tiraram as ideias do papel.
Talk Show
Gestoras de sucesso dividiram experiências de superação para um auditório lotado de mulheres que sonham em fazer a própria empresa crescer.