O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol), Mozart Félix, falou com a Coluna do CT sobre a exoneração de Evaldo Gomes da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). O sindicalista reforçou o respaldo da categoria ao ex-diretor e vê “sem fundamentação” a decisão do governador Mauro Carlesse (DEM) de tirá-lo Dracco.
Nome inconteste para período perturbado
Mozart Félix contextualizou a ida de Evaldo Gomes à Dracco com o fim da Delegacia de Repressão de Crimes Contra a Administração Pública (Dracma), decisão que gerou bastante desgaste ao governo estadual. Para o presidente do Sindepol, a nomeação do delegado foi uma forma do Executivo afastar questionamentos quanto à substituição da Dracma pela diretoria. “Nome inconteste. De lá para cá veio desenvolvendo um trabalho de excelência, como era de se esperar, e a Dracco teve resultado primoroso em várias áreas diferentes”, narrou.
Exoneração após grande ação contra corrupção
É diante deste “bom trabalho” que Mozart Félix vê como “estranha” esta saída de Evaldo Gomes, principalmente porque o ato foi publicado na noite de segunda-feira, 4, mesmo dia em que a Polícia Civil foi às ruas para dar seguimento à Operação Avaritia, que investiga fraudes em obras públicas e desvios de recursos. “O que nos causa estranheza é novamente, mais uma vez, uma exoneração acontecer logo depois de uma grande ação de combate a crimes contra a administração”, disse o presidente do Sindepol, citando o caso de Bruno Boaventura, que saiu de uma Delegacia Regional após investigação atingir a família do ex-líder do governo, o deputado Olyntho Neto.
Não há ressalvas sobre novo nome, mas Sindepol não entende mudança
Por fim, Mozart Feliz não quis se alongar quanto à nova diretora da Dracco, Cinthia Paula de Lima. O sindicalista apenas deixou claro não haver resistências ao novo nome e voltou a manifestar indignação para saída de Evaldo “Não há ressalva a quem venha a substituir, mas o que não conseguimos entender como tirar um técnico, um treinador de um time que só tem vitórias”, comentou
Postura lamentável
Quem também saiu para se manifestar sobre a exoneração foi o deputado estadual e também delegado Rerisson Macedo (DC). Em publicação nas redes sociais, o democrata cristão também relacionou a demissão com a operação realizada. “Minha solidariedade e meu apoio integral ao colega Evaldo Gomes, que foi exonerado da Diretoria de Combate à Corrupção de forma acintosa após realização de operação policial. Nota-se que essa medida sinaliza uma série de outras que certamente serão adotadas a título de modernização da PC. É só aguardar para se comprovar. Lamentável essa postura no estado democrático de direito que vivemos”, lamentou.
Ajustes são normais
Já a Secretaria de Segurança Pública (SSP) minimizou a exoneração de Evaldo Gomes em nota enviada à imprensa. “O cargo de diretor da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado é de livre nomeação e exoneração. Ressalta que eventuais ajustes são normais na administração pública e, que somente neste ano, foram nomeados e exonerados dezenas de servidores na pasta”, afirmou.
Veja abaixo a manifestação de Rérisson Macêdo:
https://www.facebook.com/delegadorerisson.macedo/posts/2384825418447118