O governo estadual e a Prefeitura de Palmas endureceram as medidas para conter a pandemia do novo coronavírus, Covid-19, limitando ainda mais o funcionamento de estabelecimentos. Apesar do inevitável impacto na economia, os presidentes da Associação Comercial e Industrial (Acipa), Joseph Madeira; e da Federação de Comércio do Tocantins (Fecomércio), Itelvino Pisoni; consideram necessárias as precauções. Por outro lado, o empresariado quer uma contrapartida do Poder Público para superar a crise.
Não tinha como ser diferente
Joseph Madeira repetiu o discurso de “serenidade” ao empresariado neste momento. O presidente defende as medidas de isolamento social e acrescenta que a própria Acipa suspendeu evento e reuniões. “É preciso ressaltar que são medidas necessárias e que precisam ser adotadas. Elas estão alinhadas com o que está acontecendo em nível nacional. Não tinha como ser diferente. Nós precisamos seguir rigorosamente as recomendações, as orientações dos órgãos de saúde. Não tem como fugir disso”, destacou.
Evitar desespero para não gerar outras crises
Outro ponto destacado pelo presidente da Acipa é a necessidade da população de não se desesperar para não piorar a situação. “É preciso ter cautela, precisamos não ter uma atitude de desespero. Um exemplo disto está no abastecimento do supermercado. As pessoas com poder aquisitivo maior não devem fazer estoque para três meses. Se fizermos assim, vamos estar contribuindo com a crise”, disse Joseph Madeira.
Apoio com pesar
O presidente da Fecomércio, Itelvino Pisoni, fez coro ao colega em relação à importância das medidas de prevenção determinadas pelo governo e prefeitura. “É com muito pesar que a gente apoia essas medidas. Muitas pessoas não querem entender, mas é bastante complicado a gente bater de frente um problema desses. Só o que vai ter êxito em relação ao combate ao coronavírus é justamente isso de evitar o tráfego de pessoas. Quanto menos aglomeração de pessoas melhor”, avaliou o empresário, pedindo a união de Poder Público, empresariado e trabalhadores.
Adiar cobrança de impostos
Em contrapartida, Itelvino Pisoni entende ser necessária uma intervenção do Poder Público para evitar o colapso da iniciativa privada. O presidente da Fecomércio já revelou ter oficiado o governo estadual para que adie as cobranças do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de março, abril e maio para os últimos meses do ano, bem como a própria redução do tributo. Pedidos semelhantes foram feitos à Prefeitura de Palmas, mas em relação ao ISSQN [Serviços de Qualquer Natureza] e IPTU [Predial e Territorial Urbano. “Não é isenção, mas que seja adiado. E que o momento da cobrança seja feita sem multa e juro”, defende.
Negociação com funcionários
A crise de coronavírus também impacta na relação entre patrão e empregado. Itelvino Pisoni destaca que o Fecomércio já negocia com os sindicatos uma forma de “minimizar o impacto do fechamento do comércio”. O presidente da federação é estudada uma forma de compensação de horas ou a instituição de férias coletivas, mas para ambos os casos, é necessária a mudança das regras estabelecidas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “Estamos trabalhando para isto. O nosso departamento jurídico já está em contato com os sindicatos laborais para tentar uma saída”, avisa.
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