O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (Podemos), afirmou que está quase finalizada a articulação com o Ministério da Saúde para a instalação de um hospital de campanha de 60 a 80 leitos no município. Ele revelou a informação em videoconferência na noite de quinta-feira, 28, com representantes com órgãos de controle, médicos, vereadores e empresários da cidade.
O mais rápido possível
Dimas disse que o quadro da pandemia em Araguaína é grave e que “empurra cada vez mais” para a necessidade da instalação de um hospital de campanha “o mais rápido possível”. “Há até uma tendência de estabilização, mas não de redução [de casos de Covid-19]”,afirmou o prefeito. Nessa sexta-feira, 29, a cidade confirmou mais 125 casos e registrou alta de 34,2% na semana (de 1.130 domingo, 24, para 1.517).
Apoio de Tiago e Gomes
Segundo ele, o hospital de campanha está sendo articulado com apoio do deputado federal Tiago Dimas (SD), mas principalmente pelo líder do governo no Congresso, o senador tocantinense Eduardo Gomes (MDB). A ideia é que os recursos sejam destinados, não via Estado, mas diretamente para o município.
92% das UTIs ocupadas
Durante a reunião, o promotor Leonardo Blanc afirmou que naquele dia — quinta-feira — Araguaína já estava com 92% de seus leitos de UTI ocupados e já havia começado a trazer pacientes em estado grave, de avião, para Palmas. Blanc reforçou a necessidade de equipar o Hospital Regional de Augustinópolis com UTIs para receber pacientes do Bico do Papagaio, que hoje também são transferidos para Araguaína, contribuindo para sobrecarregar o sistema de saúde local. “A situação das UTIs é muito grave”, alertou ele.
Precisa de 29 leitos de UTI
Conforme o promotor, a cidade hoje precisava de 29 leitos de UTI para operar um pouco acima da margem e para uma folga de 70%, de pelo menos mais 38.
Reflexos em Araguaína
Blanc ainda demonstrou preocupação com a crescente situação crítica do Pará e Maranhão, que também poderá gerar reflexos em Araguaína.
Crise dos médicos no HRA
Outro ponto discutido na videoconferência foi a crise dos médicos no Hospital Regional de Araguaína, onde vários profissionais estão demissionários e a escala estará desfalcada nas UTIs de Covid-19 a partir de junho. Segundo Dimas, município e hospitais particulares da cidade pagam R$ 1,2 mil por plantão e o Estado R$ 600. Para tentar segurar os médicos, o prefeito se ofereceu para complementar a diferença, caso haja concordância da Secretaria Estadual da Saúde, Ministério Público e Defensoria do Estado.