Como as empresas são responsáveis pelo pagamento de 43% do valor da passagem de ônibus dos seus funcionários, o reajuste da tarifa do transporte público de Palmas vai ser sentido também no bolso do empresariado. É o que afirmou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL), Silvan Portilho, ao CT, já acrescentando que a categoria não tem condições de bancar esse aumento.
“A gente até participou de uma reunião e eles [membros da prefeitura] queriam mais. A posição da CDL foi justamente de não ter nenhum aumento porque a gente não tem condição de bancar esse aumento. Todo custo a mais para o comércio é ruim”, avaliou Portilho.
O reajuste da passagem do transporte coletivo da Capital vai refletir negativamente no comércio e pode até ser repassado ao consumidor final. Atualmente, a categoria paga cerca de R$ 1,50 sobre o valor de cada vale transporte, a partir de segunda-feira, 25, o custo vai ser de R$ 1,61, ou seja, uma alta de R$ 0,11 centavos. De acordo com o presidente da CDL, em um empreendimento com dez funcionários isso vai representar, em média, R$ 4 mil no final ano. “É um custo muito alto para as empresas”, calculou.
Na época em que o valor do reajuste estava sendo discutido, a Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) se manifestou afirmando que a situação era “preocupante”. Conforme o representante da entidade no Conselho de Transporte, o diretor de Tecnologia e Inovação, Divino Eterno da Silva, para um mercado como o de Palmas, que ainda é pequeno, “acaba que todo mundo paga a conta, até quem não utiliza o transporte coletivo”.
Reajuste de R$ 0,25
Três meses após o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) garantir a manutenção da tarifa de transporte público em R$ 3,50, a Prefeitura de Palmas anunciou o aumento para R$ 3,75. O novo valor, conforme informou o membro da Conselho Municipal de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transportes (CMAMTT), Jocélio Santos, em coletiva à imprensa, na tarde desta quarta-feira, 20, já entrará em vigor na segunda-feira, 25.
No dia 27 de março, Amastha publicou no Diário Oficial do Município o Decreto nº 1.577, fixando a tarifa técnica do sistema de transporte público da Capital em R$ 3,75, mas com prazo de 90 dias para entrar em vigor. Contudo, um dia após a publicação, o então prefeito gravou um vídeo garantindo que para o usuário não haveria alterações, neste ano, porque o Executivo iria subsidiar a tarifa.
Questionado sobre o motivo da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) não ter concedido o subsídio prometido por Amastha, para manter o valor inalterado até o final do ano, Santos argumentou falta de orçamento. Ele também alegou que a intenção do Paço era buscar junto ao Executivo estadual nova isenção do ICMS sobre o combustível, mas com a instabilidade política isso não teria sido possível.