Quando pequena era comum escutar: fulano tem o QI alto! É questão de QI! Puxou o QI do pai? E eu ficava encabulada… O que será esse tal de QI? Entendi, depois, que era uma medida para determinar o grau de inteligência da pessoa. Haviam testes para tudo e coitado de quem não obtivesse bons resultados. As portas e oportunidades se fechavam e o indivíduo, com raríssimas exceções, era condenado ao fracasso. Com o passar do tempo se constatou, que QI alto não é garantia de sucesso. Quantas pessoas você conhece que são extremamente inteligentes, super estudiosos, mas que não conseguem terminar nenhum curso que começam? Que não se adaptam à família e nem se relacionam com amigos? Que se isolam e se sentem infelizes? Por gerações e gerações, fomos levados a acreditar que se nos empenhássemos muito em aprender, teríamos sucesso e que só quando tivéssemos sucesso, poderíamos ser felizes.
[bs-quote quote=”Cada vez mais se comprova que quando a nossa atitude e estado de espírito são positivos, que quando estamos felizes, somos mais criativos, mais motivados e, em consequência, temos mais sucesso” style=”default” align=”right” author_name=”NILMAR RUIZ” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/10/NilmarRuiz-180.jpg”][/bs-quote]
Somente nos meados dos anos 90, descobriu-se que não bastava o sujeito ter um QI altíssimo, ser um gênio, se não soubesse lidar com as emoções. Então, começou-se a estudar a inteligência emocional: a capacidade de se associar pensamentos e de reconhecer a influência dos hábitos; de valorizar o autoconhecimento e a habilidade de administrar pensamentos e emoções; de manter o equilíbrio e o autocontrole emocional; de se tomar decisões; de se comunicar e de se relacionar.
Já se sabe que o sucesso pessoal e profissional, o equilíbrio, a paz e a felicidade dependem de habilidades emocionais em relação a nós próprios, as pessoas que convivemos e ao mundo a nossa volta. O sucesso em todas as áreas depende da capacidade de encontrar soluções novas e criativas para os problemas e ter um novo olhar, uma atitude positiva diante da vida. Cada vez mais se comprova que quando a nossa atitude e estado de espírito são positivos, que quando estamos felizes, somos mais criativos, mais motivados e, em consequência, temos mais sucesso. A felicidade leva ao sucesso e à realização e não ao contrário.
Há um enorme volume de dados demostrando que trabalhadores felizes apresentam níveis mais elevados de produtividade, fecham mais vendas, são mais eficazes em posições de liderança, recebem uma melhor avaliação de desempenho, são mais bem remunerados e tiram menos licença para afastamento do trabalho. A felicidade aumenta a produtividade!
A notícia boa é que, apesar de cada um de nós termos um nível de felicidade que determina nossas ações todos os dias, se nos empenharmos sistematicamente, podemos elevá-lo de forma permanente e transformar a nossa realidade. Uma dica poderosa é injetar positividade e alegria na nossa vida, cultivar pensamentos e sentimentos benéficos.
Experimente! Os resultados são extraordinários!
Nesse novo milênio já existem descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Baseado na física quântica, coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e de valor, aumenta os nossos horizontes e amplia a nossa consciência. Nos liga a energia universal. A inteligência espiritual fala da alma, tem a ver com o que algo significa para mim e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. É o que nos faz buscar significado e valores para nossas vidas. Permite o pensamento criativo, que nos torna capazes de insights, além fortalecer a esperança e a fé.
A Dra Dana Zohar, da Universidade de Oxford, no seu livro SQ – Spiritual Quotient – ressalta que as pessoas espiritualmente inteligentes, praticam o autoconhecimento; são idealistas e levadas por valores; são holísticos; tem compaixão… e eu acrescento: perdoam; são gratas, vivem a unidade na diversidade e praticam o amor incondicional.
O que sei é que o nosso desenvolvimento e progresso dependem da nossa vontade e escolhas. Que mudanças de comportamentos e hábitos requerem determinação e persistência. Que, como seres integrais e sistêmicos vivemos a procura de uma vida melhor e mais feliz, utilizando nossas inteligências e habilidades. Que não é fácil, mas que esse é o caminho.
E que Deus é a fonte de força e luz!
NILMAR GAVINO RUIZ
É professora, ex-secretária da educação, ex-prefeita de Palmas e ex-deputada federal. É co-autora da ARH – Auto Reprogramação Humana – e palestrante.
nilruiz@uol.com.br