Depois de toda a polêmica a respeito, tirei o final de semana para assistir o documentário “1964 – O Brasil entre armas e livros”, uma produção do site Brasil Paralelo. Esse é um tema sensível porque a ditadura militar sempre foi o sustentáculo para a falsa tese de que a esquerda brasileira foi à luta pela democracia, o que sempre defendi que não é verdade. Por isso, qualquer tentativa de releitura de 1964 e tudo que sucedeu a ele sempre foi combatida com ódio feroz por esse campo político.
É só ver como os filmes que tentam mostrar visões diferentes de mundo são recebidos nos maiores aparelhos da esquerda brasileira, as universidades públicas. Essas releituras são simplesmente censuradas até com o uso da violência. Isso ocorre neste momento com “1964 – O Brasil entre armas e livros” e não foi diferente com o “Jardim das aflições”, sobre o filósofo Olavo de Carvalho.
[bs-quote quote=”‘1964 – O Brasil entre armas e livros’ aponta os erros da ditadura e da esquerda e faz um balanço da chacina que ambos operaram — mais de 400 mortos pelos militares e 119 pelo terrorismo socialista” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Ora, é inaceitável que uma universidade — ainda mais custeada com recursos do contribuinte — censure o livre pensamento. Por que não assistir, debater e apresentar os argumentos que poderiam jogar por terra as teses contrárias? Porque os argumentos dos censores universitários não têm força para isso. Como sabem que perderão o debate, preferem o uso da força e até da perseguição a professores não-alinhados para impedir a propagação de ideias diferentes das suas. O Brasil precisa desfazer esse aparelho esquerdista que se tornaram as universidades públicas para o bem da educação brasileira, do livre pensamento e da renovação política que o País tanto busca.
“1964 – O Brasil entre armas e livros” vai, portanto, contra toda a história cuidadosamente montada pela esquerda para posar de “herói da redemocratização”, e, através desse enredo fictício, ser bem recebida e dominar a política, a educação, a comunicação e o entretenimento, sob a ótica do gramscismo, que troca a guerra pela hegemonia via luta armada, usada pelos bolcheviques, pela dominação cultural.
Ao contrário da defesa da ditadura, como afirmam os aliados da esquerda na grande imprensa, o documentário diz que houve o golpe de 1964. No entanto, numa perspectiva óbvia: ou o golpe seria de direita, ou de esquerda, já que comunistas se agitavam pelo país, com o apoio de agentes tchecos, soviéticos e cubanos infiltrados em solo brasileiro. Pressentindo o possível avanço comunista, população, instituições, OAB, igrejas e toda a imprensa, apoiaram o golpe militar.
O que não apoiaram, e o documentário ressalta isso, foi a perpetuação do regime. O erro dos setores que apoiaram o golpe — como ocorre hoje, sobretudo com os fanáticos bolsonaristas — foi achar que os militares convocariam eleições presidenciais para 1965 e devolveriam o Poder aos civis.
Contra a vontade do próprio presidente Humberto Castelo Branco, os generais do núcleo duro do novo regime impuseram a permanência dos militares. A extrema esquerda reagiu levando jovens ingênuos para morte através da guerrilha. Pobres coitados que acreditaram em bandidos como Carlos Marighella, que a esquerda tenta a todo custo vender como “herói da luta pela redemocratização”.
Esse pústula, como outros (Dilma Rousseff, José Dirceu, etc.), nunca defenderam a democracia liberal, aquela que é a mais saudável e que permite as conquistas das liberdades individuais que os esquerdistas gostam de usufruir. O que queriam — e isso também é defendido nesse excelente filme — era a troca de uma ditadura militar por outra, comunista, a ditadura do proletariado.
O documentário defende outra tese sempre levantada por este colunista: o que derrubou a ditadura não foram a luta dos terroristas de esquerda, as manifestações de rua, muito menos as músicas de protesto de Chico Buarque e companhia. O que levou à ruína do regime foi a crise do petróleo, que encerrou o ciclo do “milagre econômico” e introduziu a chaga da hiperinflação. Quando a classe média não pôde mais comprar carro zero, comer bem e viajar pelo mundo, “se tocou” de que havia uma ditadura no Brasil. O regime militar caiu por falta de popularidade, destruída pela inflação. Só por isso.
“1964 – O Brasil entre armas e livros” aponta os erros da ditadura e da esquerda e faz um balanço da chacina que ambos operaram — mais de 400 mortos pelos militares e 119 pelo terrorismo socialista com assaltos a bancos, sequestros, atentados diversos e até assassinatos de companheiros que queriam deixar a luta armada.
É justamente por desfazer a história da Carochinha contada pelos esquerdistas nas últimas décadas e por mostrar essa semelhança do horror promovido pelos militares com aquele executado por socialistas que “1964 – O Brasil entre armas e livros” não é aceito.
Afinal, ele traz a verdade à luz e, quando isso ocorre, a face da esquerda fica exposta, e ela não é nem um pouco bonita, democrática e muito menos lembra as bandeiras dos direitos humanos das quais esse campo político hoje se diz dono absoluto.
CT, Palmas, 8 de abril de 2019.
Segue a íntegra do documentário “1964 – O Brasil entre armas e livros”: