Agora sob o nome de Palmas Estacionamento, a ex-Blue avisa que retomará a cobrança dos motoristas que frequentam o centro da Capital, possivelmente, a partir do dia 13. Conforme a empresa, não há nenhum impedimento para que ela reinicie o serviço, suspenso em junho de 2017 pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A ex-Blue explica que só não retomou antes porque precisava se reestruturar para atender as recomendações da Prefeitura de Palmas e do TCE. Por fim, garante que agora volta aos trabalhos “de acordo com as determinações originais previstas no contrato”. Então, se faz necessário perguntar: é isso mesmo prefeitura e TCE?
[bs-quote quote=”Já que, ao que tudo indica, Prefeitura de Palmas e TCE ‘lavaram as mãos’, vamos aguardar os próximos dias na expectativa de que tenhamos uma agradável surpresa” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Nada contra a empresa, muito menos contra o estacionamento rotativo, extremamente necessário para garantir a fluidez dos bolsões e impulsionar as vendas do comércio. Contudo, é estranho que a agora Palmas estacionamento retome o serviço sem um pio sequer da responsável por sua contratação, a Prefeitura de Palmas, e do TCE, que suspendeu a cobrança. Houve alguma decisão do Judiciário favorável à empresa? Não se sabe. Ela realmente passou a entender todas as exigências? A empresa diz que sim, enquanto prefeitura e TCE se mantém silentes.
O correto para esta reestreia seria, antes, uma manifestação da prefeitura, que daria seu aval de que tudo agora está conforme prevê o contrato, que o contribuinte não se considerará lesado e de que o sistema funcionará perfeitamente. Contudo, no Paço é um silêncio sepulcral.
A notícia chegou como bochicho no final da semana passada, meio informal demais, o que é muito esquisito para um serviço público. Sobretudo sabendo que seria reiniciado já nesta segunda-feira, 3, o que a empresa chama de “período educativo da operação”. Por que a prefeitura não convocou uma coletiva para dar os detalhes deste retorno.
Nas tentativas de busca de informações na Secretaria de Comunicação da Capital, ficou claro que o município não tinha qualquer informação a respeito e pedia que se procurasse a própria empresa, quando o Paço é o responsável final pelo serviço, já que é ele quem o concede. A Palmas Estacionamento é meramente um prestador de serviço.
E nenhuma palavra da Prefeitura de Palmas? É muito estranho. Fica a impressão de que o município está “lavando as mãos”, e não quer dar o aval. Mas não pode fazer isso, não tem como, repito: porque é o responsável pela contratação da empresa e obrigado a garantir que ela está à altura de prestar um serviço de qualidade.
A Palmas Estacionamento diz que volta com um serviço facilitado e assegura que o contrato será cumprido na integralidade. Sem qualquer endosso do Paço e do TCE, resta aguardar o que o usuário vai dizer nos próximos dias. Pessoalmente, acho inadmissível não ter, por exemplo, tempo de tolerância de pelo menos 15 minutos.
Por um motivo até óbvio: o objetivo fulcral do sistema é a rotatividade dos veículos. Isto é, impedir que o sujeito pare seu carro num bolsão, no centro da JK, e passe a manhã toda papeando por lá, prejudicando aqueles que querem estacionar e fazer suas compras, e também reduzindo as vendas do comércio. Então, o cidadão que para e fica no máximo 15 minutos já cumpre esse objetivo. Por que taxá-lo? É incoerente com o propósito do próprio sistema.
De toda forma, já que, ao que tudo indica, Prefeitura de Palmas e TCE “lavaram as mãos”, vamos aguardar os próximos dias na expectativa de que tenhamos uma agradável surpresa.
Só no Brasil se vê autoridades se omitirem de forma tão clara sobre um serviço público que já tem um longo histórico de problemas.
CT, Palmas, 4 de dezembro de 2018.