Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, trazidos ao CT pelo economista Waldecy Rodrigues, sobre a recuperação de Palmas, são bastante animadores para o mercado e também para quem detém o comando político e administrativo da cidade, a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), já que teremos eleições municipais no ano que vem.
Cinthia estreou sua carreira política cercada por ótimos fluidos. Sua primeira eleição já foi na vaga de vice-prefeita de uma capital, herdou 2 anos e 8 meses de mandato — presente que pouquíssimos vices conseguiram, e no Tocantins deve ter sido o primeiro caso —, conseguiu aprovar um empréstimo internacional de R$ 235 milhões e agora constatou-se que vai para seus últimos dois anos de gestão com a cidade em plena recuperação econômica. É muita sorte para uma estreante.
Esse ciclo virtuoso do mercado gera mais vendas, logo, maior arrecadação; mais empregos, o que torna as pessoas mais esperançosas e otimistas; e atrai mais investimentos. Isso tudo cria um ambiente muito favorável a quem tem o comando político.
Com todos os fatores externos lhe sendo positivos, a Cinthia caberá mostrar a que veio, o que significa acertar mais que errar no campo administrativo e político.
Em termos de administração, os R$ 235 milhões da Corporação Andina de Fomento (CAF), que devem estar para chegar, serão a ajuda na hora certa. Só questão de planejamento, de boa utilização desses recursos e uma eficiente comunicação com a sociedade para cada obra dessas reverberar natural e positivamente.
A missão mais difícil será na esfera política. Afinal, como a coluna já afirmou, Cinthia precisa ganhar a musculatura que ainda não tem. E isso fará com nomes respeitados na sociedade, com experiência política e capilaridade pelas regiões de Palmas. A prefeita conta com um excelente corpo técnico, mas há um vazio de vivência política local em sua equipe, com nomes efetivamente de peso. Num processo eleitoral, essa é uma deficiência fatal.
Mas a recuperação da economia brasileira não deve beneficiar politicamente apenas a prefeita de Palmas, mas todos os que comandam os principais municípios do Tocantins, seja para a reeleição ou para eleger seus sucessores, casos de Ronaldo Dimas (sem partido), em Araguaína, Laurez Moreira (PSDB), em Gurupi, e Moisés Avelino (MDB), em Paraíso.
Com a expectativa de que a economia brasileira consiga enfim superar os terríveis traumas dos ano de PT, as cidades com mercados mais robustos, com certeza, terão resultados de vendas bem melhores a partir de agora, e todos nos beneficiaremos desse ciclo virtuoso, empresários, trabalhadores e também os políticos detentores de mandato.
Claro, desde que as instabilidades bolsonaristas nas redes “antissociais”, nas entrevistas e nas atitudes tomadas não nos arrastem de volta à recessão da era petista.
CT, Palmas, 19 de março de 2019.