O grupo do ex-prefeito de Nazaré Clayton Paulo (PTB), que apoiou o candidato do PSB, Carlos Amastha, na eleição suplementar, decidiu em reunião na noite dessa segunda-feira, 20, trabalhar pela reeleição do governador Mauro Carlesse (PHS). Nazaré, que fica no Bico do Papagaio, deu a maior vitória proporcional para Amastha na suplementar, com 45,23% dos votos válidos contra 37,40% que o pessebista obteve em Palmas.
“Respeitei as opiniões contrárias, inclusive a minha, que deixei para manifestar por último, mas a maioria absoluta entendeu que o Carlesse é a melhor opção para nós agora”, contou o prefeito, que disse que preferia levar o grupo para a base do candidato da Rede Sustentabilidade, Márlon Reis.
Clayton Paulo é muito próximo ao ex-deputado estadual José Geraldo (PTB), hoje o candidato a vice de Márlon. “Por isso, essa decisão foi muito difícil para mim, mas vou respeitar a maioria e pedir votos para o Carlesse a partir de amanhã [terça-feira, 21]”, explicou o ex-prefeito. Ele contou que, até domingo, 20, estava querendo convencer a maior parte do grupo a ficar com o Márlon. “Mas não dei conta. Tem hora que você chega no seu limite”, lamentou.
Segundo Clayton Paulo, os últimos acontecimentos envolvendo Amastha também dificultaram que o grupo decidisse continuar apoiando o ex-prefeito de Palmas. “Ele tem afastado muita gente dele, inclusive do nosso grupo. Nós tínhamos vereador que o apoiaria, mas, depois de sábado [18], criou uma resistência muito grande pelas atitudes do Amastha, pela forma com que ele vem conduzindo esta campanha. Pesou muito isso”, disse o ex-prefeito, numa referência ao fato do candidato do PSB ter se recusado a subir no palanque em Sítio Novo por causa do ex-governador Marcelo Miranda (MDB).
Clayton Paulo ainda afirmou que Amastha “não teve respeito pelo PTB”, quando “rifou” o partido na formação da coligação. Os petebistas não aceitaram participar do chapão proposto pelo ex-prefeito de Palmas e foram apoiar Márlon Reis. “No início da pré-campanha, eu tinha feito o compromisso de coordenar dez cidades para o Amastha. Mas, em virtude de ele ter rifado o PTB da coligação dele, na segunda-feira [dia 6], logo após a convenção, eu disse a ele que não poderia mais coordenar a campanha aqui”, contou o petebista.
Para ele, essa forma como Amastha vem conduzindo sua campanha demonstra “incoerência”. “Com essa alternância de pensamento, tipo, hoje sou candidato, amanhã não sou, quero o MDB, mas não quero o Marcelo Miranda, fica muito difícil. É um negócio incoerente. Algumas pessoas citaram isso na reunião”, lembrou Clayton Paulo.
O mediador da aproximação do petebista com Carlesse foi o coordenador da campanha do governador no Bico do Papagaio e ex-prefeito de Axixá Auri Walange Ribeiro Jorge. Ele esteve domingo na casa de Clayton Paulo e o colocou para falar por telefone com Carlesse.
Para o Senado, o grupo decidiu apoiar o deputado federal Irajá Abreu (PSD). O outro candidato a senador ainda não foi definido.