Azedou novamente a relação do Executivo de Palmas com a Câmara. Isso ficou evidente na manhã desta quinta-feira, 16, quando os vereadores da Capital, por voto da maioria, derrubaram o Decreto 1.421, de 21 de julho, da prefeitura, que regulamenta a instalação de empresas no Distrito Industrial de Taquaralto. No alvo da insatisfação, além da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), o secretário de Desenvolvimento Econômico e Emprego, Kariello Coelho.
Os parlamentares aprovaram o Decreto Legislativo nº 13/2017, que susta os efeitos do decreto do Executivo. A matéria recebeu votos contrários apenas dos vereadores da base de Cinthia, Tiago Andrino (PSB), Etinho Nordeste (PTB), Vanda Monteiro (PSL), Gerson Alves de Sousa (PSL) e Laudecy Coimbra (SD).
O presidente da Casa, vereador José do Lago Folha Filho (PSD), ex-aliado do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), comemorou a aprovação do decreto. “Esperamos que a prefeitura devolva aos empresários os valores que já foram pagos. O nosso dever é legislar em prol da população da nossa Capital, ouvir seus anseios e agir dentro daquilo que compete ao parlamento. Essa Casa me orgulha ao cumprir esse papel”, afirmou.
Folha se desentendeu com a Cinthia por causa da programação das férias de julho. Como reação, a prefeita exonerou os indicados do vereador na gestão. Como Amastha não atuou para fazer as pazes, e impedir as demissões, sua relação com o presidente da Câmara ficou estremecida.
Entenda
O decreto do Município estabeleceu novas regras para a instalação de empresas industriais, distribuidoras, atacadistas ou prestadoras de serviços no Distrito Industrial de Taquaralto. Entre os pontos questionados pelos vereadores está o aumento de R$ 3,00 para R$ 20,00 o valor do metro quadrado no distrito.
Tamanho da base
A votação desta quinta-feira, além de mostrar a insatisfação dos vereadores com o Executivo, também evidenciou o tamanho da base de Cinthia na Casa. A prefeita só pode contar com 5 dos 19 parlamentares, o que significa que, em tese, ela não conseguirá aprovar nenhuma matéria no Legislativo.
Conforme vereadores da oposição, desde a eleição da Mesa Diretora, Cinthia não mais os procurou para conversar. Eles também se mostram muito insatisfeitos com o desempenho do secretário de Desenvolvimento Econômico e Emprego, Kariello Coelho. “Ele tem sido o maior alvo dos vereadores, pela maneira intransigente que vem conduzindo a pasta. Desde a derrubada dos quiosques que a relação dele com a gente só piorou”, contou um dos parlamentares.
Eles querem a saída de Kariello e ainda o afastamento de Cinthia do grupo de Amastha. “Com a sombra do Amastha não tem possibilidade de ajudarmos”, avisou outro vereador da oposição.
Além da impossibilidade de aprovar matérias, Cinthia — e também Amastha — pode ter dor de cabeça com duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Uma já em andamento, a do PreviPalmas, apura possíveis prejuízos de R$ 50 milhões com investimentos de risco. O presidente já foi escolhido, é o vereador Júnior Geo (Pros). O relator é Marilon Barbosa (PSB) e os membros são Léo Barbosa (SD), Vandinho do Povo (PSDC) e Gerson Alves de Sousa.
Outra CPI que está sendo articulada é o do tal Instituto ISIS, que teria dado um prejuízo de R$ 15 milhões a Palmas no governo Amastha. (Com informações da Ascom da CM de Palmas)