O vereador Ygor Cortez (Podemos) resolveu ir à Tribuna da Câmara de Araguaína na manhã desta segunda-feira, 2, para parabenizar o senador Marcos Rogério (PL-RO), que está sendo criticado pela falta de decoro e desrespeito cometido contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, durante audiência na terça-feira, 27, na Comissão de Infraestrutura. Durante uma discussão, Rogério chegou a mandar Marina se “pôr no seu lugar” depois de ela ter avisado que é não “uma mulher submissa”.
PARA YGOR CORTEZ, MARCOS AGIU COM CLASSE
Ygor Cortez argumentou que o tratamento de Marcos Rogério a marina foi correto e sugeriu que a ministra é quem prejudicava o andamento da audiência. “Quero dar os parabéns por tamanha classe com que conduziu aquela sessão. […] Ele simplesmente fez o seu papel de presidente, que era distribuir as falas para os senadores questionarem e para a convidada falar. Mas quando entregava [a palavra], era interrompido; e em momento algum perdeu a classe. Parabéns, senador. Lá, até de sexismo foi acusado. Por quê? Por exercer o seu papel de presidente por distribuir as falas, mas a convidada queria falar por todos. Não queria deixar ninguém falar”, afirmou.
REPÚDIO DA BANCADA FEMININA
Não é essa a visão da própria bancada feminina do Senado, que repudiou os “ataques misóginos e sexistas” contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a sessão. Sem citar os nomes dos parlamentares envolvidos no bate-boca, a nota do grupo afirma que esse comportamento representa “a violência de gênero que as mulheres enfrentam no espaço de poder”. “Ficou evidente que, naquela sessão, a última palavra precisava ser a de um homem. Nós sabemos, e reafirmamos: lugar de mulher é onde ela quiser”, diz o texto. As senadoras também ressaltaram que Marina foi repetidamente interrompida, que o microfone dela foi cortado e que ela foi impedida de responder a acusações, em uma violação ao regimento do Senado, que assegura o direito à tréplica.
HISTÓRICO
Ygor Cortez tem histórico de buscar holofotes com pautas aliadas ao conservadorismo. Além de minimizar esse ataque sofrido por Marina Silva, o vereador já é alvo de uma ação civil do Ministério Público (MPE) por manifestações discriminatórias contra a comunidade LGBTQIA+ em 2021 feitas nas redes sociais para criticar a ação da prefeitura para celebrar o casamento homoafetivo. O órgão de controle quer R$ 100 mil a título de indenização por danos morais coletivos. No fim do ano passado, o parlamentar resolveu manifestar repúdio contra programa da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) para concessão bolsa de R$ 400,00 a sete estudantes transgêneros, transexuais e travestis. O caso também foi denunciado ao MPE.
Confira o pronunciamento: