Em nota à imprensa nesta terça-feira, 29, o 22° Batalhão de Infantaria do Exército informou que atuará nas rodovias federais que cortam o Estado do Tocantins, onde os caminhoneiros se encontram paralisados. As ações serão executadas em conjunto com os órgãos de segurança pública federais e estaduais para desobstruir as estradas federais, se for o caso, e liberar cargas essenciais paradas nos pontos de concentração dos manifestantes.
O Exército do Tocantins vai atuar, conforme o Decreto n° 9.382, de 25 de maio de 2018, que autoriza o emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem na desobstrução de vias públicas, até o dia 4 de junho.
Segundo a nota, inicialmente, será dada prioridade às cargas de combustíveis, gás, oxigênio utilizado em hospitais e medicamentos. “A missão do Exército será cumprida independente de ordem judicial, por meio de negociação com os caminhoneiros paralisados, com o objetivo de mitigar os prejuízos à sociedade”, informou o comandante do 22° Batalhão de Infantaria, coronel Athos Roberto Souza.
A corporação poderá atuar nas estradas estaduais, mediante coordenação com os órgãos de segurança estaduais.
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Reunião com Prefeitura de Palmas
O Comitê de Gerenciamento de Crise do município de Palmas, sob o comando da prefeita Cinthia Ribeiro, se reuniu na noite desta segunda-feira, 28, com o coronel Athos Roberto Souza, para tomar conhecimento sobre o monitoramento que a instituição está realizando na Capital em relação à crise gerada pela paralisação dos caminhoneiros.
Na ocasião, a prefeita colocou as forças de segurança do município e toda estrutura administrativa à disposição para a mobilização necessária ao reabastecimento da cidade. “Quando houver o reabastecimento, com o apoio do Exército, adotaremos todas as medidas para garantir a segurança da população e o retorno da normalidade dos serviços na nossa Capital”, enfatizou Cinthia Ribeiro.
Pelo município de Palmas participaram da reunião a secretária da Segurança e Mobilidade Urbana, tenente-coronel Welere Barbosa, a procuradora Geral do Município, interina, Fernanda Nogueira, o secretário de Governo, Eduardo Mantoan e o chefe de Gabinete, Thiago Marconi.
Combustível em Palmas
Vários caminhões-tanques foram vistos sendo escoltados por viaturas policiais nas ruas de Palmas na manhã desta terça. O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Tocantins (Sindiposto-TO) afirmou, em nota, que ainda está estudando sobre como será a forma de distribuição dos combustíveis nas revendedoras. A entidade, contudo, garantiu a toda população “que o reabastecimento será normalizado o mais rápido possível”. Enquanto isso, motoristas fazem filas quilométricas nos postos.
A Polícia Militar do Estado do Tocantins também se pronunciou em nota informando que o abastecimento dos postos de combustíveis está sendo feito de forma gradativa e que as Forças de Segurança vão garantir a tranquilidade necessária. “Não há necessidade para alarde”, avisou.
A corporação alertou para o risco de armazenamento de combustível, já que a prática é “perigosa e ilegal”. A PM ainda orientou que o cidadão evite repassar informações inverídicas por meio de aplicativos e redes sociais, pois pode sofrer sanções penais.
Nove dias de protesto
Há nove dias caminhoneiros de todo país iniciaram o protesto contra a alta do óleo diesel e dos impostos que incidem sobre o combustível. Após três dias de movimento, a sociedade já começou a sentir os reflexos, como falta de alimentos e combustíveis.
Em Palmas, há registros de que todos os postos estão com estoque de combustível zerado. Em várias cidades do interior também não há mais produto. Filas de dezenas de carros se formaram desde quarta-feira passada nas revendedoras que ainda tinham combustível em seus estoques.
O Aeroporto da Capital também ficou desabastecido na sexta-feira e voos foram cancelados. Mas segundo a Infraero, a Polícia Rodoviária Federal escoltou carga de combustível ao local e as atividades seguem normais. Prefeituras e Estado estão trabalhando com frota reduzida e utilizando a reserva de combustível da garagem central somente nas viaturas, ambulâncias e serviços essenciais.
Negociações
Na primeira rodada de negociações com sindicatos dos caminhoneiros, se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação. Os manifestantes recusaram a proposta afirmando que o acordo foi assinado por entidades que não representam a categoria.
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite deste domingo pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. A União concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.
No Estado, a categoria ainda não acatou o acordo. Eles questionam o fato da redução ter prazo de apenas 60 dias e temem que pontos da proposta não sejam cumpridos. Pelo país também não há informação de que os caminhoneiros vão deixar as rodovias.
Confira a íntegra da nota do Exército:
“NOTA À IMPRENSA
Liberação e escolta de cargas essenciais nas estradas federais
Conforme o Decreto n° 9.382, de 25 de maio de 2018, que autoriza o emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem na desobstrução de vias públicas, o 22° Batalhão de Infantaria do Exército atuará na sua área de responsabilidade, no Estado do Tocantins, até o dia 4 de junho de 2018.
As ações serão executadas em conjunto com os órgãos de segurança pública federais e estaduais para desobstruir as estradas federais, se for o caso, e liberar cargas essenciais que encontram-se paradas nos pontos de concentração de manifestações. Inicialmente, será dada prioridade às cargas de combustíveis, gás, oxigênio utilizado em hospitais e medicamentos.
Amparada na legislação supracitada, a missão do Exército será cumprida independente de ordem judicial, por meio de negociação com os caminhoneiros paralisados, com o objetivo de mitigar os prejuízos à sociedade. O 22° Batalhão de Infantaria poderá atuar nas estradas estaduais, mediante coordenação com os órgãos de segurança estaduais.
Athos Roberto Souza
Coronel Comandante do 22° Batalhão de Infantaria”
Confira a íntegra da nota da PM:
“A Polícia Militar do Estado do Tocantins informa que o abastecimento dos postos de combustíveis está sendo feito de forma gradativa e que as Forças de Segurança já estão a postos para garantir a tranquilidade necessária. Portanto, não há necessidade para alarde.
Alerta ainda para o risco de armazenamento de combustível, prática perigosa e ilegal. É necessária a colaboração de todos para que os serviços voltem à normalidade.
A PM orienta que o cidadão evite repassar informações inverídicas por meio de aplicativos e redes sociais, sob o risco de sanções penais.
Ascom PMTO”