A Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito que investigava o crime que vitimou a professora Danielle Christina Lustosa Grohs. Conforme a PC, o ex-marido da docente, o médico Álvaro Ferreira da Silva e a assistente social Marla Cristina Barbosa Santos foram indiciados por homicídio qualificado.
Ainda segundo a polícia, foi cumprido o mandato de prisão preventiva em desfavor do principal suspeito do crime, Álvaro Ferreira da Silva, que permanece detido na Casa de prisão Provisória de Palmas (CPPP) à disposição do Poder Judiciário.
A decisão foi tomada pelo juiz Rodrigo da Silva Perez Araújo dois dias antes do prazo final da prisão temporária do médico.
Entenda o caso
Danielle foi encontrada sem vida no início da noite do dia 18 de dezembro, em sua residência, na Quadra 1.104 Sul, em Palmas, com indícios de estrangulamento.
Em entrevista ao CT no dia 20 de dezembro, Simara Lustosa, mãe de Danielle, falou sobre o relacionamento “tumultuado” da vítima com o ex-marido. Emocionada, revelou que ele tinha o comportamento “extremamente agressivo” e de “psicopata”: “Danielle dizia que tinha medo dele”.
No dia 22 de dezembro, Edson Ferreira Alecrim, advogado da professora, relatou que outras pessoas já haviam sofrido agressão e ameaças do ex-marido da vítima, inclusive ele. Para o advogado, todos os fatos “levam a crer” que o médico seria o autor do crime.
“Danielle falava que o Álvaro sempre foi agressivo, brigavam, ele batia nela, e ela sempre tolerando para ver se a pessoa mudava, mas ela disse que não tinha jeito. No sábado [16 de dezembro], ele tentou estrangular ela e como não conseguiu ameaçou matar ela.
No dia 19 de janeiro, Alecrim disse que, para ele, a causa do crime foi divisão de bens, avaliados em R$ 4 milhões, pois, segundo ele, o médico não queria beneficiar a professora.
Prisão
Em trabalho conjunto, a Polícia Civil de Palmas, Goiás e São Paulo conseguiu prender o médico no dia 11 de janeiro, em Anápolis (GO) para onde tinha fugido, após sua prisão temporária ter sido decretada. Álvaro, que foi transferido para Palmas no dia seguinte, 12 de janeiro, estava cumprindo prisão temporária decretada pela Justiça de 30 dias, por crime de homicídio hediondo.
Ele já respondia a processos por violência doméstica e existia até uma medida protetiva que o obrigava a manter 500 metros de distância da professora. Dois dias antes do crime, Danielle registrou mais um boletim de ocorrência por agressão.
No dia 16 de janeiro, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO) confirmou que o resultado do laudo necroscópico, realizado pelo Instituto Médico Legal de Palmas (IML), apontou que a professora Danielle morreu de asfixia mecânica por esganadura.
No dia 17 de janeiro, policiais civis da DHPP, de Palmas, comandados pelo delegado Pedro Ivo Costa Miranda efetuaram a prisão da ex-namorada de Álvaro, Marla Cristina. Conforme o delegado, a prisão dela teve como objetivo esclarecer se ela teve participação no crime, tendo em vista que a mulher viajou com o principal suspeito, na manhã do dia 18 dezembro, com destino a Morro de São Paulo (BA).