Em carta enviada ao prefeito Carlos Amastha (PSB) nesta sexta-fexta, 16, o presidente do Instituto de Previdência de Palmas (PreviPalmas), Max Fleury (PSDC), solicitou sua exoneração do cargo por “motivos pessoais”. O pedido de caráter “individual e irrevogável” do social cristão acontece após recomendação do titular da 6º Relatoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Alberto Sevilha, para que deixasse a administração do órgão.
Max Fleury afirma que o pedido de exoneração tem como objetivo garantir que a comissão criada pelo Conselho Municipal de Previdência Social tenha “liberdade” para apurar possíveis irregularidades e para que sua presença à frente do PreviPalmas “não seja interpretada como empecilho para as tomadas de decisões”. “Afasto-me em harmonia e agradecido de ter feito parte de um momento da administração,com a cabeça erguida e de voz levantada para assumir todas as minhas ações”, afirma.
Na carta, o social cristão agradece Carlos Amastha pela “oportunidade ímpar”, à vice-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), pela “parceria”; aos funcionários do PreviPalmas pela “atenção”; e aos vereadores de situação e oposição, com quem afirma ter tido “uma relação fraterna”. “Não me furtei às críticas, às vezes justa, outras sem qualquer balizamento, mas enfrentei-as de frente e não me omiti de forma alguma de rebatê-las, contestá-las ou aceitá-las”, acrescenta Max Fleury.
Entenda
A recomendação de Alberto Sevilha emitida na quinta-feira, 15, foi motivada pelos supostos investimentos temerários do PreviPalmas. É questionada uma aplicação de R$ 20 milhões no Fundo Tercon e outra de R$ 30 milhões no Cais Mauá, realizado através da Icla Trust, antiga NSG Capital, que geria o Fundo BFG, das churrascarias Porcão, e que deu prejuízo de R$ 330 milhões ao Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). Em ambos os casos o órgão está desenquadrado, com participação acima do estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Alberto Sevilha lembra no documento que o próprio prefeito admitiu “erro” no PreviPalmas, responsabilizando o diretor de investimentos Fábio Martins Costa, que acabou exonerado. A posterior afirmação do ex- servidor à imprensa de que “não tinha poder de decisão sobre a aplicação os R$ 30 milhões no Fundo Cais Mauá” também foi levada em consideração para a recomendar o afastamento de Max Fleury da presidência do instituto.