A reforma administrativa adotada pelo governo não agradou o Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), que repudiou o que chamou de “extinção desordenada de contratos temporários” que atingiu 629 médicos que atuavam em hospitais do Estado. Com o ato, o governador Mauro Carlesse (PHS) afirma já ter se enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas a entidade considera a medida “nefasta” e que prejudicará, em especial, os usuários da saúde pública.
O sindicato também critica a extinção de contratos por entender que “urlar sistematicamente os direitos trabalhistas”. Outra crítica foi quanto a falta de planejamento para que o atendimento não sofresse descontinuidade. “A entidade cobra uma solução imediata para não prejudicar ainda mais a população que, mais uma vez, é a principal vítima dessa gestão instável e inoperante para encontrar soluções definitivas para uma área tão desgastada e fragilizada”, anota.
Leia abaixo a íntegra da nota do sindicato:
“O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO) repudia a extinção desordenada de contratos temporários da área da saúde, incluindo de 629 médicos, em atuação nos hospitais no primeiro dia da gestão de Mauro Carlesse.
A medida demonstra a irresponsabilidade do governo Carlesse com o atendimento da população, que depende desses médicos que estão na assistência de urgência e emergência.
Não poderia haver outro ato de uma gestão que se recusar a realizar concurso para suprir a carência de médicos e segue a prática de contratar e descontratar aleatoriamente para burlar sistematicamente os direitos trabalhistas e lesar mais uma vez o trabalhador da saúde.
A negligência com a saúde é tão clara que o governo Mauro Carlesse possuía comissões dedicadas à análise de problemas e apresentar soluções para os recursos humanos e mesmo assim não apresentou nenhum plano para que o atendimento nos hospitais, que depende desses profissionais, não sofresse descontinuidade.
O SIMED-TO entende que a nefasta medida, sob argumento de reenquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, deixa os servidores sem vínculos trabalhistas e, portanto, eticamente amparados para não cumprir qualquer carga horária eventualmente já fixada nas atuais escalas.
A entidade cobra da gestão uma solução imediata para não prejudicar ainda mais a população tocantinense que, mais uma vez, é a principal vítima dessa gestão instável e inoperante para encontrar soluções definitivas para uma área tão desgastada e fragilizada.”