Com o mundo cada dia mais tecnológico, é comum o cidadão ter em casa uma gaveta cheia de pilhas e baterias que não são mais utilizadas. Mas o problema está na hora de jogar esses materiais no lixo: se o descarte não for feito corretamente, os danos ao meio-ambiente são quase irreversíveis.
“As baterias e pilhas possuem substâncias tóxicas e metais pesados, como o mercúrio, chumbo e o cádmio, que são capazes de contaminar o solo, água e provocar danos aos seres humanos, desde neurológicos, problemas renais, mutações genéticas, dentre outros prejuízos à saúde”, explica o biólogo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente de Araguaína, Tibério Dias.
Diante do alto consumo de equipamentos eletrônicos que demandam pilhas e baterias para o funcionamento e em conformidade com a Lei 12.305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Prefeitura de Araguaína abraçou o projeto Papa-Pilhas, iniciado na FACIT (Faculdade de Ciências do Tocantins), em 2014, e fortaleceu as ações ampliando os pontos de coleta e realizando campanhas de conscientização.
Pontos de Entrega Voluntária (PEVS)
Atualmente, Araguaína conta com sete Pontos de Entrega Voluntária para os materiais em diversas regiões da cidade. A sustentabilidade do projeto Papa-Pilhas também está na fabricação dos coletores, feitos artesanalmente pelos alunos da Escola de Artes Raimundo Paulino (Reciclarte).
“Os tubos de papelão que costumam embalar lonas, e que seriam descartados por gráficas na cidade, nós reutilizamos, impermeabilizando com três camadas de verniz automotivo para evitar o vazamento do líquido das pilhas e baterias”, informa a diretora da Reciclarte, Valéria Elias.
Cada vez que os coletores enchem, os responsáveis pelos papa-pilhas levam para esvaziar no Supermercado Atacadão, que é o local de referência na cidade, para que, em seguida, o caminhão da empresa de reciclagem realize a coleta.
“Além dos moradores e empreendedores, queremos avançar com esse projeto nas escolas do município por meio das ações de educação ambiental, pois entendemos que as crianças e adolescentes são agentes multiplicadores de informação”, ressalta o secretário Joaquim Quinta Neto.
As pilhas que podem ser descartadas são as alcalinas, de zinco, recarregáveis, baterias de 3 a 12 volts e de celulares. No caso das baterias de veículos, a responsabilidade é da loja que comercializa o produto.
Parceria pelo meio-ambiente
A criação dos coletores e a popularização do projeto teve a participação direta da FACIT. Segundo o professor e idealizador do projeto Papa-Pilhas, Rogério dos Reis, as pesquisas começaram em 2014, durante uma disciplina do curso de Administração sobre sustentabilidade.
“Moramos em uma cidade quente e com muito ar-condicionado, o que provoca a troca constante de pilhas. A partir daí, começamos a levantar a preocupação de onde estariam sendo descartados esses materiais”, afirma Rogério.
Com o avanço dos estudos, foram produzidos os primeiros coletores em tubos de PVC e espalhados no campus da faculdade. Quando os recipientes encheram, uma nova preocupação se instalou. O professor conta que, nessa etapa, a Prefeitura foi convidada para abraçar o projeto e auxiliar no processo de recolhimento e reciclagem.
“Só a faculdade não teria forças para avançar nas ações de logística reversa, por isso a Secretaria de Meio-Ambiente foi fundamental na concretização do projeto e implantação de novos pontos”, contou.
Confira a lista com os pontos de coletas de pilhas e baterias na cidade:
Secretaria da Fazenda – Rua Ademar Vicente Ferreira, 1.555, Centro
Loja Nosso Lar – Avenida Cônego João Lima, 1669, Centro
Facit – Unidade 1 – Rua D 25, Quadra 11, Lote 10, Setor George Yunes
Senai – Rua Santa Cruz, 1409, Centro
Clínica Mundo Autista – Rua José Elias Rosa, Bairro São João;
Supermercado Atacadão – Avenida Amazílio Correa Camargo Neto, 140, Residencial Camargo
Defensoria Pública de Araguaína – Avenida Filadélfia, em frente ao Baratão Premium