Em meio à insatisfação da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest) com o Programa Jurisdicional de Redução de Emissão dos Gases de Efeito Estufa por Desmatamento e Degradação (REDD+), a Secretaria do Meio Ambiente e Recurso Hídricos (Semarh) destaca a agenda de audiências públicas que tem executado pelo Estado esclarecer dúvidas, acolher demandas e alinhar expectativas em torno da iniciativa. A pasta promoveu agenda em Gurupi na segunda-feira, 9, com produtores da região.
CAMPANHA NAS REDES
A Aproest iniciou uma campanha para motivar agropecuaristas a saírem do REDD+. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a entidade faz um alerta e sugere que os proprietários de terra não serão beneficiados com o adiantamento de recursos.
REDD+ RESPEITA LEGISLAÇÃO E OFERECE BENEFÍCIOS CONCRETOS
Titular da Semarh, Marcello Lélis afirma que os os debates têm sido marcados por discussões e escuta ativa. “É um debate verdadeiro, não baseado em fake news. As pessoas estão ouvindo, questionando e compreendendo as intenções do Programa. O REDD+ respeita a legislação brasileira e oferece benefícios concretos para comunidades, o agronegócio e a gestão pública”, afirmou.
AGRONEGÓCIO CADA VEZ MAIS CONSCIENTE
Segundo o secretário, até mesmo questionamentos fora do escopo direto do programa contribuem para um entendimento mais amplo sobre os desafios da sustentabilidade. “O agronegócio está cada vez mais consciente de que só há um caminho: produzir com respeito às regras ambientais”, ressaltou. Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Gurupi, João Vítor Stival, os encontros são essenciais para esclarecer dúvidas da classe produtiva. “Essas reuniões são fundamentais para elucidar as questões do REDD+ e as políticas ambientais do Estado, como a prevenção de incêndios”, destacou à assessoria da Semarh.
NATURAL TER DÚVIDAS
A presidente do Sindicato Rural de Natividade, Flávia Germendorff, também enfatizou a relevância da participação ativa dos produtores do sudeste e sul do Estado. “Ainda há dúvidas, o que é natural, mas as explanações têm sido importantes para entendermos o que é, de fato, o REDD+. Precisamos acompanhar de perto, participar, trazer nossas preocupações e garantir que o projeto potencialize o crescimento do Tocantins, sem frear o desenvolvimento do Estado, que tem um enorme potencial”, reforçou.
PROPOSTA É CONSERVAR ÁREAS JÁ PRESERVADAS
Já o professor doutor Rubens Ribeiro, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), destacou que os debates vêm desconstruindo percepções equivocadas sobre o programa. “Havia uma visão de que o REDD+ barraria o avanço da produção agropecuária, mas ficou claro que a proposta é conservar áreas já preservadas e transformar isso em ativo ambiental. Os recursos poderão ser reinvestidos em infraestrutura pública e no fortalecimento das associações e sindicatos”, explicou.
DEMANDAS
Durante a reunião em Gurupi foram apresentadas demandas da classe para a destinação dos recursos do Subprograma Agroprodutivo e onde eles poderão ser aplicados. Entre as ações mencionadas estão a compra de avião especializado no combate a incêndios florestais, a criação de uma sala de situação para coordenar ações emergenciais e a regularização fundiária em parceria com o Incra e o Itertins. Essas propostas buscam estruturar melhor o setor ambiental e produtivo, promovendo segurança jurídica e prevenção a desastres climáticos.