Atualmente temos no Brasil mais de 100 milhões de contas bancárias. De fato, é um número impressionante. Chegamos a esses montantes por causa da sistematização da tecnologia, pois as transações comerciais e recebimento de valores nos obrigam a esta situação. Também gostaria de enfatizar que os bancos alegam que, quanto mais usarmos os sistemas financeiros via sistema, teremos menos riscos de roubo.
Mas temos um efeito colateral desta constatação: o valor médio cobrado da manutenção da taxa de conta corrente está em torno de R$ 40,00 mensais (alguns casos chegando a R$ 250,00/mês). Explicando mais diretamente: existe um gasto anual de R$ 480,00, mais da metade de um salário mínimo. Portanto, um custo alto ou melhor desproporcional para os padrões brasileiros, se considerarmos uma renda média dos brasileiros por domicilio de R$ 1.200,00.
Uma das maiores receitas dos bancos no Brasil refere-se à taxa de manutenção, pois eles têm um faturamento médio mensal de R$ 4 bilhões ou R$ 48 bilhões ao ano, fora as demais taxas que as instituições cobram de outros serviços.
O Banco Central, que é o órgão do governo que regula todos os bancos, tem uma resolução sobre um tipo de conta, chamada de “serviços essenciais”, que não tem tarifa, ou seja, o consumidor não paga nada por ela.
Todo banco tem a obrigação de oferecer este serviço, que conta com as seguintes facilidades:
– Fornecimento de cartão com função débito;
– Realização de até quatro saques, por mês;
– Realização de até duas transferências de recursos entre contas na própria
instituição, por mês;
– Fornecimento de até dois extratos, por mês;
– Consultas pela internet;
– Fornecimento de até 10 folhas de cheques por mês.
Estes serviços básicos, com certeza absoluta, tende a resolver e atender a maioria das pessoas, face ao movimento e a renda mensal.
Portanto, podemos concluir que a grande maioria das pessoas está tendo uma despesa desnecessária e que a instituição bancária não informa sobre este benefício, pois não quer perder receita, ainda mais em tempos de crise que vivemos. Precisamos repensar ou revisar gastos desnecessários.
Já constatamos que, quando os correntistas vão pedir a isenção, ou seja, a mudança para os serviços essências, via de regra, as instituições, através dos seus atendimentos, procuram persuadir as pessoas a não mudarem. Mas devemos ficar alertas e cobrarmos nossos direitos.
MARCELLO LEONARDI BEZERRA
É professor e economista
E-mail marcellolb@terra.com.br