Com o tema Maracujá: produção e aspectos econômicos, a Feira Agrotecnológica do Tocantins – Agrotins 2020 100% Digital trouxe nesta sexta-feira, 29, um bate-papo exclusivo, transmitido ao vivo no site www.agrotins.to.gov.br, entre o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Raul Castro Carriello Rosa, e o engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) Thadeu Teixeira, que apresentou as potencialidades da produção do fruto no estado.
A partir das condições climáticas, do tipo de solo e dos recursos hídricos abundantes no Tocantins, já é possível criar um cenário positivo para alavancar a cultura do maracujá, conforme destacou Raul Castro Carriello Rosa.
Para o pesquisador da Embrapa, que acompanha a produção do fruto em todo o Brasil, o estado do Tocantins mudou de cenário nos últimos 10 anos.
“Estive aqui pela primeira vez há 10 anos, e no início chamou atenção que o Tocantins praticamente importava todo o maracujá de outros estados próximos. Hoje, regiões produtoras como Miracema e o projeto de irrigação Manoel Alves se destacam pela área cultivada”, comentou.
Oportunidades
O tempo agora é de oportunidade para a região Norte do Brasil. Devido à queda registrada no volume de produção anual do maracujá em todo o país, estados como o Tocantins podem buscar condições de ocupar um espaço dentro do mercado nacional.
Raul Castro informou que o Brasil chegou a produzir anualmente 1 milhão de toneladas durante os anos de 2010 e 2013, mas ocorreu uma redução de quase 40% desse total, principalmente por problemas ligados ao controle de fungos e instabilidade climática nas lavouras do Nordeste, a principal região produtora.
“Estados com assistência técnica forte, como o Tocantins, conseguem uma média de produtividade elevada, com maior efetividade contra as doenças – um dos principais problemas enfrentados na produção de frutos”, esclareceu o pesquisador da Embrapa.
Variedade de Fruto
Outra potencialidade que existe no Tocantins está na variedade do maracujá, que aqui produz frutos maiores, sendo mais atrativos para os mercados nacionais.
“Hoje, o comércio paga mais caro pelos frutos grandes. Aqueles que estão acima da medida de 8,9 centímetros de diâmetro, conseguem uma remuneração até 30% a mais do que os alimentos menores”, esclareceu Raul Castro.
Para o engenheiro agrônomo da Seagro, Thadeu Teixeira, o Governo do Tocantins está no caminho certo, levando assistência técnica de ponta para os produtores que atuam nesse ramo.
“Devemos nortear os agricultores para que eles possam ter acesso aos materiais necessários e as novas tecnologias. Nós já estamos nesse caminho, a Seagro vem com esse trabalho em função do programa de manejo integrado, reunindo o que há de mais moderno para o campo”, destacou o engenheiro agrônomo.
Sustentável
Outra oportunidade apresentada durante a conversa está no cultivo do maracujá orgânico, produto que vem ganhando espaço e que possibilita maior economia de recursos dentro das lavouras.
Para Raul Castro, “o fruto pode ser menor, mas tem um alto rendimento de polpa e qualidade no sabor. No Brasil inteiro, a procura pelo alimento natural é uma vertente que o produtor tem que ficar atento. Como esse tipo de fruto não demanda um critério de classificação tão rigoroso pelos atacadistas, a produção está se tornando atrativa”.
O pesquisador finalizou a conversa indicando um sistema online que Embrapa disponibilizou em seu site para a produção orgânica do fruto, desenvolvido na Chapada da Diamantina (BA) e que pode ser adaptado para outras regiões do Brasil. (Da assessoria de imprensa)