Estimados leitores e leitoras! Tudo bem com vocês? Como estão os preparativos para os dias das mães? Já compraram os presentes e os ingredientes para um almoço diferenciado ou preferem ir a um bom restaurante? Vocês sabem como surgiu o dia das mães no Brasil? Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas, a pedido das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, oficializou a data no segundo domingo de maio. A iniciativa fazia parte da estratégia das feministas de valorizar a importância das mulheres na sociedade, animadas com as perspectivas que se abriram a partir da conquista do direito de votar, em fevereiro do mesmo ano. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica. Agora virou comércio, né?
Vocês já ouviram falar de obscurantismo?
[bs-quote quote=”Será que, nós brasileiros, estamos retornando para a idade média?” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Obscurantismo do latim obscurans, “escurecimento”, é a prática de deliberadamente impedir que os fatos ou os detalhes de algum assunto se tornem conhecidos. Mais especificamente, há duas denotações históricas e intelectuais comuns de “obscurantismo”: a) deliberadamente restringir o acesso do povo ao conhecimento; b) um estilo de ser obscuro caracterizado pela indefinição deliberada. É um substantivo masculino: 1.Trevas, escuridão 2. Oposição sistemática ao desenvolvimento da instrução e do progresso. 3. Estado de completa ignorância.
Segundo historiadores, a Idade Média nos mostra claramente um período de obscurantismo religioso, econômico e social que prejudicou o desenvolvimento daquele período. Como vocês sabem, o domínio exercido pela Igreja Católica no cotidiano das pessoas utilizando da ingenuidade deles para controlar todas as áreas da sociedade, fez com que o poder da igreja fosse maior que o das outras instituições. O Papa estava no topo. Era ele, o líder supremo do clero quem ditava as regras econômicas, controlava o sistema político e manipulava os costumes e tradições para fazer prevalecer o pensamento centrado na fé.
A doutrinação através da imposição do medo, a venda de indulgências, o julgamento dos hereges no Tribunal da Santa Inquisição e as guerras de reconquista da terra santa, as Cruzadas, predominavam sobre o povo. Este cenário de medo imposto pela igreja à sociedade medieval se utilizava também das grandes epidemias como a peste negra, doença transmitida por pulgas de ratos infectadas que dizimou um terço da população europeia, para mostrar a fúria de Deus.
Um dos mais importantes aspectos desse período diz respeito ao ensino. A educação era restrita a poucos e ministrada pela igreja. Por essas e outras razões o período ficaria por vários séculos rotulado como Idade das Trevas e foi assim por mil anos.
Será que, nós brasileiros, estamos retornando para a idade média?
Estamos acompanhando as intrigas geradas constantemente pelo senhor Olavo de Carvalho no governo brasileiro e isto, com o apoio dos filhos inconsequentes do Presidente da República. E quem é esse senhor? Ele é um ensaísta e pensador brasileiro, tendo atuado no passado como jornalista e astrólogo, sendo considerado também um influenciador digital e ideólogo. Autodidata, estudou filosofia por conta própria, sendo um dos principais representantes do conservadorismo no Brasil e é considerado o guru do Presidente da República. Esse senhor está afrontando a cúpula do exército brasileiro, desmerecendo generais patriotas que estudaram a vida inteira para defender a nação brasileira. Dá palpites na educação como se fosse um grande conhecedor da área. Indica e demite ministro. Procura sempre causar polêmicas e confrontos diretos envolvendo o presidente e seus filhos. É uma vergonha nacional. É exemplo de tudo que o brasileiro não deveria ver. Prega a teoria do caos para ser beneficiado, mas fica longe para não ser atingido. Usando do obscurantismo procura desestabilizar a economia, a educação e a política. Alguém precisa colocar um freio nele. Quais os reais interesses dele? Por que o Presidente da República o defende tão veementemente? Por que os filhos do Presidente ficam sempre do seu lado? Eles tem algum objetivo obscuro? Temos que ter cuidado. Depois pode ser tarde.
Um exemplo local diz respeito à ponte de Porto Nacional. O governador interditou repentinamente a ponte dizendo que era para proteção das pessoas e causou prejuízos incalculáveis à população e à economia de Porto Nacional. Disse que mandou fazer um laudo para saber a real situação da ponte. Não apresentou publicamente o laudo e recentemente divulgou que a ponte seria entregue à população em 30 dias, recuperada e apta para o tráfico de veículos leves. Por que aconteceu isto? Quais os reais interesses? Por que a mudança repentina de postura?
A atenção dos brasileiros está voltada para a reforma da previdência que se arrasta por muito tempo e que ainda vai ter muitos problemas pela frente. Por que fazer a reforma da previdência antes da reforma tributária? A tributária é muito mais importante que a previdenciária. Será que não querem mexer com os ricos? Com os bancos? Com os subsídios para grandes pecuaristas e agricultores? Com exportadores? É tudo muito obscuro, não é mesmo?
Decisões insanas estão sendo tomadas sobre a formação acadêmica de brasileiros e contra universidades e institutos federais. A formação de pensadores está chegando ao fim. Conquistas estão sendo jogadas fora. Só não vão determinar a queima de livros porque eles já estão disponíveis na internet.
A previsão do PIB brasileiro já caiu quase 40%. Temos mais de 13 milhões de desempregados. Milhões de jovens e famílias negativadas. Brasileiros morrendo nas ruas, nas filas de hospitais e nos presídios. Poderes paralelos disseminados pelo país afora. Isto interessa à quem? Até quando o povo brasileiro vai ficar aplaudindo atitudes obscuras, irresponsáveis e malignas.
Abram a capa do olho e deixem de aplaudir malucos. Eles servem só para diversão.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br