A insatisfação do agronegócio tocantinense não é com o governo do Estado, mas com várias situações que dificultam a produção. Essa é a mensagem dos organizadores do “Grito do Agro”, que será realizado no dia 20 para apresentar a pauta de reivindicações dos produtores do Tocantins à sociedade e à administração do Estado. Para falar sobre o tema, a Coluna do CT entrevistou o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest), Wagno Milhomem; o consultor Adrian da Silva e o diretor executivo da Federação das Associações e Entidades Rurais do Tocantins (Faerto), Odilon Andrade Filho. “Ninguém está querendo colocar essa situação na conta deste governo, porque tem problemas que estão sendo gestados há 10, 12 anos ou até mais do que isso”, explicou Adrian.
CAMINHAR JUNTO COM GOVERNO
Para o consultor, os produtores, na verdade, “estão fazendo mea culpa de assumir a omissão” e “participando mais ativamente da solução dos problemas”. “A gente quer reparar isso e quer caminhar junto com este governo, porque podemos ajudar nas soluções, uma vez que somos conhecedores das dificuldades”, explicou.
ENTIDADES VÃO REFLUIR
Sobre as três entidades que anunciaram que não vão mais participar do “Grito”, o presidente da Aproest disse acreditar que elas vão refluir e voltar a integrar o evento do dia 20. Até porque, ressaltou, se elas não estarão com os demais produtores, seus filiados vão compor essa frente em defesa do agronegócio. “Acho até que a tendência é de refluir dessa decisão em função do quadro caótico que se encontra”, afirmou Wagno sobre a situação do setor.
GRITO DO ENTENDIMENTO
Inclusive, Wagno disse que já vê o governo “acenando para atender” algumas pautas do “Grito”. “Esse ‘Grito’ do dia 20 é o grito da proposta, o grito da pacificação, o grito do entendimento entre produtor e governo através de suas entidades e organizações em geral. É altamente positivo trazer o produtor para ouvir de nossas autoridades político-administrativas aquilo que já estão fazendo”, defendeu.
RISCO DE PARAR EMPREENDIMENTOS
Entre os temas, a categoria reclama, por exemplo, da morosidade e dificuldade de se conseguir licenciamento ambiental no Naturatins e da falta de atualização da legislação desse setor no Tocantins. “O Estado não consegue dar vazão, não veio dando vazão todos esses anos, e chegou num ponto em que alguns empreendimentos que dependem da análise do CAR estão estão correndo o risco de ser paralisados”, alertou Adrian.
EMPREGOS, RENDA E IMPOSTOS
O consultor lembrou que essa iniciativa de unir os produtores rurais dessa forma é inédita no Tocantins. “Uma união do setor para chamar a atenção de que, se alguma coisa não for feita, muitos empreendedores vão acabar indo embora, e aquele esforço de atrair gente para desenvolver o Estado vai ser perdido. Quando os negócios param, para o emprego, para a geração de renda, param serviços e para a arrecadação também”, reforçou.
AGRICULTURAS FAMILIAR E PATRONAL JUNTAS
O diretor executivo Odilon Andrade Filho lembrou que a presença da Faerto nesse movimento significa “a união de forças entre agricultura familiar e a agricultura patronal”. “Porque nós estamos no mesmo barco, e o bico da canoa está furado”, definiu. Um dos grandes problemas enfrentados pelos agricultores familiares, apontou Odilon, é a demanda no Naturatins por regularização fundiária. “Estamos a passos de tartaruga”, lamentou. “É por isso que nós estamos juntos para tentar resolver, colaborar com esse governo.”
Assista a íntregra: