A expansão econômica ficou um pouco abaixo do esperado nos últimos meses, avaliou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na edição da Visão Geral, da Carta de Conjuntura, divulgada nesta terça-feira, 15). Por isso, o Ipea admitiu que revisará a projeção para o crescimento da economia, este ano.
Em março, o Ipea divulgou projeção de crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, para o primeiro trimestre de 2018. Para o ano, a estimativa ficou em 3%.
“Os dados disponíveis de atividade econômica permitem prever que o resultado do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre deve vir inferior ao que era esperado na última Visão Geral da Conjuntura, divulgada em março de 2018. Esse fato deve ensejar uma revisão da nossa previsão pontual de crescimento para este ano, sem alterar de forma substancial, porém, a expectativa de continuidade do processo de reversão cíclica gradual”, diz o Ipea.
Para o órgão, o principal impulsionador de crescimento econômico atual é o ciclo de reduções da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano, o menor nível histórico. “Os indicadores de atividade econômica que têm reagido mais fortemente são justamente aqueles que sofrem influência mais direta das taxas de juros e da oferta de crédito – em particular, os setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis”, diz o instituto.
Mercado de trabalho
Segundo o Ipea, a “recuperação relativamente lenta da atividade econômica transparece também nos dados de mercado de trabalho”. “A taxa de desocupação, calculada com dados ajustados para a sazonalidade, vem mantendo-se praticamente estável nos últimos três trimestres, girando em torno de 12,5% – patamar ainda muito alto. Além disso, observou-se desaceleração da taxa de crescimento da população ocupada, que passou de 2,1% no trimestre móvel encerrado em janeiro, ante a igual trimestre do ano anterior, para 1,8% em março”, destacou. O Ipea lembrou ainda que “parte significativa dos empregos que estão sendo gerados refere-se ao setor informal, o que é normal para períodos iniciais de retomada”. “Entretanto, empregos formais também estão sendo gerados – como comprovado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados”, acrescentou. (Kelly Oliveira, da Agência Brasil)